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Dirigente estadual ressalta vida e obra de Neuton

Lembrando um ano da morte do dirigente comunista paraense Neuton Miranda, a Câmara de Belém realizou, nesta quinta-feira (17), uma sessão especial em sua homenagem. Morto em 20 de fevereiro de 2010, vítima de um ataque cardíaco, Neuton deixou um legado marcante no estado. Sua atuação, especialmente na questão agrária, gerou frutos importantes para a luta democrática no Pará. O ato foi iniciativa do vereador Iran Moraes, do PSB.

Durante a atividade – que reuniu familiares, diversas lideranças, militantes e simpatizantes –, o presidente do PCdoB no estado, Érico Albuquerque, falou em nome dos comunistas, ressaltando a trajetória de Neuton. “Falar de Neuton Miranda é falar de um homem que dedicou a vida à causa do socialismo, que acreditava na construção de uma humanidade justa, feliz e fraterna, que compreendia que isso não é uma dádiva, mas a conquista de uma luta renhida do dia a dia pelo fim de toda exploração”, disse, abrindo seu discurso. E completou: “Tinha a serenidade dos convictos e a paciência revolucionária dos que sabem que o caminho é longo”.

Recordando seu papel na reconstrução do PCdoB no Pará, no começo dos anos 80, Albuquerque destacou: “O partido, sob sua direção, enfrenta o anticomunismo reinante, dá combate ao sectarismo, encara a sanha dos latifundiários na luta pela reforma agrária, onde tombaram camaradas valorosos e lutadores do povo”.

Ele disse ainda que Miranda “tinha lado, o lado do povo, dos trabalhadores, dos explorados e desvalidos. Era um político respeitado por ter ideais e, ao mesmo tempo, pela grande capacidade de enfrentar o debate de idéias, e defender as suas com fundamento e firmeza”.Com essas características, chegou à Assembleia do Pará em 1992, onde ficou até 1994. “Os trabalhadores, as mulheres, a juventude, os movimentos sociais tiveram um defensor determinado de seus direitos, e o mandato a disposição de suas lutas”, lembrou.

Mais tarde, como gestor público, Neuton Miranda “teve o real sentido da coisa pública, do olhar para a resolução dos problemas sociais, de construir caminhos entre as amarras e limites burocráticos, e o cipoal de interesses e desperdícios que são as instituições”.

Participante do governo Lula, Miranda “transformou a Superintendência do Patrimônio da União do Pará em referência nacional. Elevou-a de mera registradora de patrimônio e de espaço para acomodação de interesses políticos, em promotora de direitos sociais concedendo o usufruto da terra para morar e produzir à população ribeirinha”, disse Albuquerque.

Junto com a equipe da SPU/PA, Miranda fez o projeto Nossa Várzea:Cidadania e Sustentabilidade na Amazônia, com base legal na Concessão do Termo de Autorização de Uso, com abrangência de 200 mil famílias. “Hoje mais de 50 mil títulos já foram concedidos, garantindo segurança legal, melhora de vida e possibilidade de empreendimento a milhares de paraenses. Sem sombra de dúvidas, essa iniciativa de regularização fundiária, foi um passo importante na busca de soluções para os graves problemas agrários, que assolam o Brasil, e principalmente o Pará”, ressaltou o presidente do partido.

Finalizando sua fala, Érico Albuquerque colocou: “apesar da sua ausência bastante sentida, continua habitando em cada um de nós a sua determinação, a sua persistência, os seus ensinamentos, a sua capacidade de construir e de dialogar, de saber olhar para frente e deslindar os caminhos. O seu amor pelo povo, pelo PCdoB, pela sua família. A sua convicção inquebrantável de um futuro socialista”.

As homenagens a Neuton seguem acontecendo pelo estado. Em Marabá, outra sessão especial na Câmara acontecerá no dia 22.

Da redação