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Bovespa antecipa efeitos recessivos do ajuste fiscal

Não são apenas os operadores do mercado de juros futuros que estão ansiosos pelo anúncio do ajuste fiscal. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a expectativa está gerando bastante cautela entre os investidores.

Nem bem conseguiu um respiro nos dois últimos pregões e o mercado acionário brasileiro já devolveu os ganhos do período. O Ibovespa opera na linha dos 64 mil pontos, no menor patamar desde o fim de agosto de 2010. Ao lado dos juros altos, o ajuste fiscal opera contra o crescimento da economia nacional ao reduzir a demanda e os investimentos públicos. A expectativa de menor crescimento não favorece a venda de ações.

Cortes de R$ 50 bilhões

Por volta das 14h45, o índice recuava 1,56%, aos 64.744 pontos. O volume negociado estava em torno de R$ 3,434 bilhões. No mesmo horário, em Wall Street, o índice Dow Jones caía 0,12%, o S&P 500 perdia 0,41% e o Nasdaq cedia 0,28%.

O corte no Orçamento deve ser anunciado às 16 horas no Ministério do Planejamento. Estima-se que o governo deve efetuar cortes nas despesas deste ano de quase R$ 50 bilhões sobre o projeto aprovado pelo Congresso.

Cenário externo

No cenário externo, entre os destaques do dia, o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, disse que a queda no desemprego nos últimos dois meses é animadora, mas ponderou que vão ser necessários vários anos para as contratações voltarem ao normal.

Em discurso preparado para apresentar à Comissão do Orçamento da Câmara, Bernanke também alertou que o fracasso de criar um plano para reduzir o déficit do governo de mais de US$ 1 trilhão no longo prazo pode afetar a economia.

As principais quedas do Ibovespa pertenciam aos papéis Usiminas PDG ON (-3,91%, a R$ 8,83), MRV ON (-4,29%, a R$ 13,15) e Lojas Renner ON (-4,33%, a R$ 48,98). Fora do índice, as ações ON da estreante Queiroz Galvão Exploração e Produção seguiam em baixa, de 3,42%, a R$ 18,35.

Com informações do Valor