Iniciados indiciamentos por atentado no Líbano em 2005
O procurador do Tribunal Especial da ONU que investiga o assassinato do ex-premier libanês Rafik Hariri, em 2005, apresentou nesta segunda-feira (17) o primeiro indiciamento ao juiz Daniel Fransen, que deverá decidir se confirma ou rejeita o pedido ou solicita mais provas.
Publicado 18/01/2011 10:55
Os nomes dos indiciados não foram revelados, mas especula-se que o procurador Daniel Bellemare aponte para a autoria de membros do Hizbollah.
O Hizbollah, apoiado pelo Irã e Síria, nega qualquer participação na morte de Hariri, ocorrida num atentado a bomba no centro de Beirute que matou 23 pessoas.
A repercussão internacional do atentado gerou pressões que forçaram a Síria a encerrar sua presença militar no Líbano, abrindo caminho para a chegada ao poder da aliança pró-Ocidente liderada por Saad Hariri, filho de Rafik.
O Hizbollah pediu a Saad Hariri que abandone o tribunal da ONU, retire os juízes libaneses e congele o financiamento libanês da corte.
A rejeição de Hariri às demandas levou à renúncia dos 11 ministérios ligados ao Hizbollah na semana passada.
O gabinete caiu, e Hariri tenta costurar novo acordo para se manter premiê.
O Hizbollah, contra o qual Israel travou uma guerra em 2006, vê o tribunal instalado em maio de 2007 como “projeto israelense” e acusa o governo liderado por Hariri de ceder a pressões ocidentais.
Conversas para formar um novo governo estavam previstas para segunda (17), mas foram adiadas sem data, gerando temor de novo período de instabilidade e conflitos.