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Com morte de Quércia, Temer promove renovação do PMDB-SP

Sob influência do vice-presidente da República, Michel Temer, o PMDB de São Paulo passará por uma renovação a partir do próximo mês. O diretório estadual fará uma eleição para escolher seu novo presidente e planeja começar um processo de expulsão dos dissidentes. A mudança deve ser aprofundada com a provável migração do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do DEM para a legenda.

Em meados de fevereiro, os dirigentes elegerão o sucessor de Orestes Quércia, morto em dezembro. O mais cotado é o deputado estadual Baleia Rossi, filho do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, ligado a Temer. O grupo próximo ao vice-presidente tenta isolar a ala quercista do partido, que faz oposição ao governo federal.

Desde a morte de Quércia, o diretório paulista está sendo presidido pelo deputado estadual Jorge Caruso, aliado de Temer. Caruso já disputou o comando do PMDB com Quércia, articulado por Temer e com apoio de deputados, mas foi derrotado pelo ex-governador — que tinha ao seu lado prefeitos e dirigentes partidários.

O atual comando do PMDB de São Paulo negocia com quercistas o lançamento de um único candidato para a eleição partidária. "Já temos muito problemas dentro do partido. É hora de nos unirmos", disse Caruso. O grupo que era próximo a Quércia ainda não tem um nome para lançar, eventualmente, à disputa. No fim deste mês, em reunião da Executiva estadual, os dirigentes devem anunciar o postulante.

Além de alinhar o diretório ao governo federal, a ala ligada a Temer quer afastar do partido os dirigentes e filiados que contrariaram a decisão do PMDB nacional e estadual na última eleição. "Precisamos nos preparar para 2012 e não podemos deixar que aqueles que não apoiaram o partido na eleição de 2010 continuem", disse Caruso.

O novo presidente do PMDB paulista terá como desafios rearticular o partido em São Paulo, enfraquecido na eleição passada, quando apenas um deputado federal foi eleito no estado. Nas últimas eleições, a bancada só minguou: foram eleitos cinco deputados federais em 1998, quatro em 2002 e três em 2006.

A mudança no comando da legenda deve incluir a entrada do prefeito Kassab, de saída do DEM. Insatisfeito com a direção de seu partido, presidido pelo deputado federal Rodrigo Maia (RJ), Kassab daria corpo ao PMDB paulista. Até outubro, levaria ao PMDB pelo menos cinco deputados federais eleitos pelo DEM em São Paulo por meio de uma "janela" a ser aprovada no Congresso para driblar a regra da fidelidade partidária. O mecanismo seria aprovado em uma reforma política que abrangeria ainda as propostas do voto em lista e do financiamento público de campanha.

Da Redação, com informações do Valor Econômico