Governo da Islândia sai em defesa do WikiLeaks
O ministro de Relações Exteriores islandês, Oessur Skarphedinsson, classificou como inaceitável que as autoridades dos EUA exijam informações sobre o conteúdo privado da conta de twitter do deputado Birgitta Jonsdottir.
Publicado 10/01/2011 15:15
"De acordo com os documentos que vi, uma parlamentar islandesa está sendo investigada em uma causa penal nos Estados Unidos sem nenhuma razão em absoluto. É intolerável que um representante do povo da Islândia seja tratado assim por outro país", disse.
Por sua vez, o ministro do Interior, Oegmundur Jonasson, foi ainda mais contundente. Por um lado, chamou de peculiar e muito grave o pedido para investigar uma de suas deputadas; por outro, lado manifestou o seu total apoio às ações do Wikileaks.
Em 14 de dezembro, um tribunal da Virgínia emitiu uma ordem judicial para a rede social Twitter, solicitando informações como parte de uma investigação criminal em curso. As informações solicitadas concernem às contas no Twitter do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e de pessoas que supostamente teriam colaborado com ele, entre os queis estão Bradley Manning, Jacob Appelbaum, Rop Gongrijp e a própria Birgitta Jonsdottir.
O Twitter foi autorizado, em 05 de janeiro, pelo tribunal a tornar a ordem pública. No dia 7, informou à deputada islandesa, fazendo com que ela soubesse que se, dentro de dez dias, a interessada não lhes notificasse a abertura de um procedimento judicial de impugnação à demanda dos EUA, teria que fornecer as informações solicitadas.
O partido da deputada islandesa investigada elaborou um comunicado recordando que o WikiLeaks revelou informações que mostram graficamente como as tropas dos EUA mataram civis inocentes. Estes ataques foram claramente desnecessário e aconteceram várias vezes contra crianças.
Além disso, Birgitta Jonsdottir, que recebeu milhares de mensagens de apoio e solidariedade, exigiu do parlamento da Islândia uma resposta clara sobre se pode permanecer como membro da Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento e se é seguro que viaje ao exterior, para o que solicita amparo.
"Eu não sei se eu posso ir para os EUA sem correr o risco de que meu telefone ou equipamento seja confiscado. O que posso dizer é que as autoridades dos EUA estão desesperadas", colocou.
Com Cuba Debate