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Jornal inglês mostra Manuela como líder do mundo do futuro

O jornal inglês The Independet publicou reportagem sobre os jovens homens e mulheres promissores que já estão a caminho do poder. No Brasil, eles destacaram a deputada Manuela D´Ávila (PCdoB-RS) como uma das personalidades políticas do mundo responsável pela construção de um futuro melhor. O correspondente do jornal no Brasil, Jan Rocha, intitulou a matéria: Brasil – Manuela D´Ávila, 29, a sensação da esquerda.

Jornal inglês mostra Manuela como líder do mundo do futuro

Ela foi eleita para o Congresso Nacional pela primeira vez com 270 mil votos, aos 25 anos de idade. Quatro anos depois, em outubro de 2010, Manuela dÁvila foi reeleita com quase meio milhão de votos, uma vitória sem precedentes para uma candidata.

E tudo isso aconteceu no Rio Grande do Sul, estado do extremo sul do Brasil, conhecido pelas tradições gaúchas de resistência da fronteira. O estado é também berço da supermodelo Gisele Bundchen e alguns críticos chegaram a sugerir que a beleza de Manuela ajudou-a a eleger-se de tão convincente que foi sua eleição.

Manuela, que hoje tem 29 anos, descarta essa teoria. “Foi apenas a imprensa que falou sobre minha aparência", disse ela. “Eu fui eleita porque eu era uma jovem candidata num país jovem. Era uma questão de identificação. Eu já tinha um histórico”.

Manuela iniciou sua carreira na década de 1990, quando ingressou no movimento estudantil. Ela formou-se em jornalismo na Universidade Católica em Porto Alegre, sua terra natal. Na faculdade, logo se tornou uma líder estudantil e foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes. Foi então que se aproximou do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Por que aderir ao PCdoB, quando o comunismo ruiu em todo o mundo? “Era o partido mais organizado entre os estudantes”, diz ela.

“Eles abriram meus olhos para questões mais amplas, como as tentativas do governo de privatizar a empresa estatal de petróleo e a produção mineral. Eles queriam reverter o papel do Estado. Mas, num país como o Brasil, onde a desigualdade é tão grande, o Estado é necessário”.

Pais de classe média – A mãe é juíza e o pai é professor universitário de repente se viram com uma filha que se tornou não só uma política (uma classe difamada no Brasil), mas uma política comunista. No início, eles ficaram alarmados, diz ela, mas agora eles estão orgulhosos.

No Congresso, Manuela atua em diferentes frentes como juventude, esporte, internet livre e questões gays, lésbicas e transexuais. Mas a educação é sua paixão. Em um estudo recente da OECD (http://www.oecd.org) sobre as habilidades e conhecimentos de pessoas com 15 anos de idade, o Brasil apareceu na delicada 53ª posição entre 65 países.

“Educação tem de ser prioridade”, afirma ela com veemência. A maioria das crianças brasileiras vai à escola, hoje, mas as horas em sala de aula são insuficientes. Além disso, a maioria dos professores é mal remunerada e, alguns, despreparados. "Nós precisamos fazer escolas mais atrativas para os jovens”.

Para colocar suas ideias em prática, em 2012 Manuela poderá candidatar-se à prefeitura de Porto Alegre. Esta será sua segunda tentativa. Em 2008 nem mesmo toda sua popularidade foi suficiente.

No Congresso, Manuela é uma das apenas 43 mulheres eleitas (de um total de 513 parlamentares). Contudo, o Brasil acabou de eleger sua primeira mulher presidenta, Dilma Rousseff. “O presidente Lula, depois de oito anos no governo, deixou um bom legado. Acredito que Dilma fará grandes e importantes reformas. O mundo está em estado de alerta, mas este é um bom momento para o Brasil”.

Para ler a reportagem na íntegra, clique aqui