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Líbano: General quer fim de falsas testemunhas no caso Hariri

O oposicionista Michel Aoun pediu nesta quinta-feira (9) ao governo libanês que trate de forma adequada o assunto das falsas testemunhas no caso Hariri, ao mesmo tempo que o movimento xiita Hezbolá considerou próximo o momento de assumir uma "posição decisiva".

Aoun, general da reserva e líder do Movimento Patriótico Livre (MPL), afirmou que "a solução do tema das falsas testemunhas passa por mudanças do gabinete, de sua política e seu enfoque", em relação à gestão do Tribunal Especial para o Líbano.

O dirigente cristão maronita, na oposição e aliado da resistência xiita Hezbolá (Partido de Deus), se referiu às declarações tomadas em conta pela corte que investiga o assassinato do ex-premiê Rafiq Hariri e outras 22 pessoas.

Dirigido pela ONU e com forte financiamento dos Estados Unidos, o Tribunal pretende acusar dirigentes e outros membros do Hezbolá por sua suposta implicação no atentado com um carro bomba que acabou com a vida do ex-primeiro ministro, em 14 de fevereiro de 2005.

As pesquisas foram baseadas em relatos de testemunhas que deliberadamente mentiram para culpar de crime o governo da Síria e a resistência libanesa, o que levou a justiça de Damasco a emitir ordens de prisão contra 23 pessoas por falso testemunho.

Mas mesmo com o premiê libanês, Saad Hariri, filho do falecido ex-governante, reconhecer que se equivocara ao responsabilizar a Síria pelo atentado e que o tinha efetuado por razões políticas, a postura de seus partidários mantém praticamente imobilizado o seu gabinete.

Setores pró-ocidentais no Movimento Futuro, que Hariri lidera e faz parte do bloco legislativo majoritário 14 de Março, insistem em culpar a resistência, que tem dois ministros no Executivo e encabeça o bloco opositor 8 de Março.

Entretanto, o Hezbolá repudiou toda acusação feita contra si por esse crime, conclamou ao boicote às pesquisas do Tribunal — que acusa de trabalhar para Israel — e ameaçou deixar a equipe de governo.

A exortação de Aoun coincidiu com as demandas da resistência a Hariri para que administre o bem o tema das falsas testemunhas e permita recomeçar as reuniões do gabinete, paralisadas desde novembro.

O chefe da bancada legislativa do Hezbolá, Mohammad Raad, considerou anticonstitucional a gestão do Tribunal, porque serve a "poderes estrangeiros", enquanto a direção do partido afirmou que está "muito próximo o momento em que tomará sua posição decisiva".

"Se algumas partes insistem em servir ao projeto estadunidense para atacar o país e a resistência, então também estaremos prontos para defender o Líbano", sentenciou o chefe do Comitê Executivo do Hezbolá, Sayyed Hashem Safieddine.

Em um discurso com motivo da comemoração islâmica xiita da Ashura, no sul de Beirute, o também guia religioso advertiu que "quem pensa que vai se desfazer da resistência, está equivocado".

Fonte: Prensa Latina