Professores põem em risco o início do ano letivo
Durante todo o dia de ontem, professores da escolas municipais de Natal se reuniram na frente do Palácio Felipe Camarão, sede da Prefeitura do Natal, para reivindicar melhores condições de trabalho, tanto na área salarial como em questões de infraestrutura. A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), Fátima Cardoso, afirmou que cobra pontos do acordo feito em março com a Prefeitura e que até agora não foram atendidos.
Publicado 09/12/2010 09:07 | Editado 04/03/2020 17:08
Para a coordenadora Fátima Cardoso, a educação não tem recebido a devida atenção dos gestores. “A Prefeitura não tem se responsabilizado com essa área”, disse a representante do Sinte, enquanto esclarecia que tentou marcar reuniões para solucionar os problemas, mas sem resultado.
Segundo Fátima, a manifestação de ontem serviu para alertar sobre a seriedade da batalha por esses direitos. “Não estamos brincando. O ano letivo só começará com as reivindicações atendidas. A prefeita tem que assumir esse compromisso público”, enfatizou.
A lista de reivindicações tem 15 pontos. Os principais tocam em assuntos salariais, como o pagamento irregular dos professores temporários, a falta de pagamento das promoções devidas desde 2009 e aos docentes de carga suplementar. Além disso, de acordo com os professores, os concursados aguardam convocação e a lei que reduz a jornada de trabalho desses profissionais não foi encaminhada para aprovação. Por fim, os educadores reclamam da falta de merenda, principalmente nos finais de semana.
Aluguéis
Outro ponto da lista é a falta de pagamento aos proprietários dos prédios onde algumas escolas funcionam. Esse é o caso da Escola Municipal Ivonete Maciel, no bairro de Nova Cidade. Lá, o contrato de aluguel não está sendo pago e o proprietário está requerendo o local de volta. Quem dá a informação é a professora Luciene Moura, que leciona no 4º ano do ensino fundamental da instituição.
Segundo ela, a Prefeitura não tem cumprido com o aluguel desde o mês de fevereiro. “Quero ver onde nós iremos dar aula no ano que vem. Acho que será embaixo daquela árvore bonita ali em Mirassol” ironizou.
Procurado pela TRIBUNA DO NORTE para comentar e dar respostas aos professores, o secretário municipal de Educação, Edivan Martins Teixeira, não atendeu nem retornou às ligações.
Secretário Edivan Martins rebate acusações do Sinte
O titular da Secretaria Municipal de Educação, Edivan Martins, rebateu ontem as acusações feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) de que a administração municipal não tem se empenhado em cumprir acordos firmados com os professores municipais. Em resposta ao Sinte, Martins afirmou que todas as definições tomadas pela Prefeitura no início do ano com o objetivo de acabar com a paralisação da categoria, “ou já foram cumpridas, ou estão sendo encaminhadas”.
Segundo ele, pontos questionados pelos trabalhadores, tais como a inclusão de progressões vertical e horizontal na folha de pagamento e o pagamento dos valores atrasados já são uma realidade na rede pública de ensino. “Já quitamos os valores referentes a 2010 e estamos trabalhando para quitar os atrasados do ano de 2009. No que diz respeito aos reajustes salariais, a SME pode garantir que as solicitações feitas pelos professores estão sendo cumpridas”, disse.
Sobre a redução da carga horária de trabalho dos educadores infantis de 40 para 30 horas semanais, outro ponto elencado como esquecido pelo Sinte, o secretário disse que o projeto que prevê a diminuição já se encontra na Câmara Municipal e que a previsão é de que seja aprovado antes do recesso da Casa. “Fizemos, inclusive, o Plano de Cargos e Carreiras desses educadores”.
Entre as medidas que ainda estão em andamento, o secretário listou a convocação de concursados e a questão dos vales transportes.