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Haiti vive clima de confusão a menos de 15 dias das eleições

A menos de 15 dias das eleições presidenciais e legislativas, Haiti vive um clima de confusão marcado pelo incremento da violência no marco da campanha eleitoral e pela propagação da epidemia de cólera que, por sua vez provoca crescentes protestos sociais em várias cidades do país contra a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) e contra as autoridades nacionais.

Dada a crescente ameaça de cólera que tirou a vida de mais de mil pessoas e infectou mais de 15 mil outras, o Governo haitiano declarou a epidemia como um "um problema de segurança nacional". Apesar da propagação da epidemia em algumas regiões do país, principalmente no Norte, as autoridades haitianas notam certa estabilização que se manifesta com a diminuição progressiva dos casos de mortes. Por exemplo, foram registrados nesta semana 46 mortes por dia contra 66 durante a semana passada.

As autoridades assinalam também certa eficácia na atenção prestada aos doentes de cólera. Por exemplo, a quase totalidade das pessoas que tinham sido hospitalizadas por culpa da enfermidade se encontra já saudável e salva em suas casas. A campanha de sensibilização e informação sobre a prevenção foi chave na luta contra a epidemia.

"Se a população recebe as informações que lhes transmitem podemos diminuir o número de mortes que podem ocorrer", assinalou o presidente haitiano René Préval durante uma jornada especial de informação que o chefe de Estado havia celebrado no final de semana passado na presença de diferentes meios de comunicação do país.

Contudo, os especialistas da ONU advertiram que "de acordo com os epidemiologistas, vamos seguir vendo um aumento significativo dos casos de cólera". A organização internacional, por meio de seu representante especial adjunto no Haiti Nigel Fisher, assinalou na segunda-feira que já "temos casos de vítimas de cólera nos dez departamentos geográficos do país".

Enquanto isso, em varias regiões do país se instalaram protestos sociais contra a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), pois os capacetes azuis do Nepal são acusados de haver introduzido no país o vibrião do cóléra, causador da doença, ao verter seus materiais fecais no Rio Artibonito.

A Minustah nega essas acusações, justificando que os capacetes azuis nepaleses integrantes da missão não tiveram um resultado positivo do exame de cólera.

Na segunda-feira, 15 de novembro, milhares de haitianas e haitianos protestaram no Cabo haitiano, em Grande Rivière, Limbé, Quartier Morin (ao norte do país) e em Hinche (departamento do Centro) contra os capacetes azuis da Minustah.

Com informações da Adital