CTB-BA defende salário mínimo de R$ 580
Nesta terça-feira (09/11), representantes das centrais sindicais se reúnem com a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), para discutir sobre o reajuste do salário mínimo, das aposentadorias e dos benefícios das pensões. A proposta dos representantes dos trabalhadores é de R$ 580. E a expectativa, segundo o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Bahia – CTB-BA, Adilson Araújo, é de que seja acatada pelo Governo.
Publicado 09/11/2010 16:44 | Editado 04/03/2020 16:19
“Há uma necessidade de se buscar recuperar, cada vez mais, o poder de compra do salário mínimo. Evidentemente que o resultado disso é mais consumo, o mercado aquece e o povo vai ter uma condição de vida mais digna. Então, acredito que podemos persistir num caminho de insistir com o Governo sobre a necessidade de manter, com vigor, uma política que busque, sobretudo, valorizar, cada vez mais, o trabalho e o trabalhador”, afirmou Adilson.
O dirigente sindical exemplifica a viabilidade da proposta a partir do reajuste de 7,7% aprovado para os aposentados, superando, inclusive, os 6% reivindicados inicialmente. Ele também ressalta que, nos últimos cinco anos, mais de 80% dos trabalhadores vem obtendo um aumento real do salário mínimo; o que possibilitou o fortalecimento do mercado interno, evidenciado no bom desempenho do Brasil diante da crise econômica mundial.
Pela regra atual, o valor do mínimo não teria reajuste real no ano que vem – o salário é corrigido conforme a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás e, como em 2009 houve retração de 0,2%, a correção seria apenas sobre a inflação – e o novo salário ficaria em R$ 538,15. “É imprescindível criar uma política permanente de reajuste salarial e de valorização do salário mínimo”, defendeu o presidente da CTB-BA. A proposta do movimento sindical é de criação de um imposto sobre as grandes fortunas. “Seria uma forma de ter um suporte para que o salário mínimo não ficasse condicionado à previsão orçamentária do Governo e tivesse um aporte próprio, que possibilitasse a busca do equilíbrio”, completou Adilson Araújo.
A perspectiva das centrais sindicais é de que o reajuste do mínino também se estenda às aposentadorias e pensões. As proposições despontam entre as prioridades da Agenda Positiva das centrais, que foi entregue a Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral. “Dilma foi a única candidata que recebeu a plataforma da classe trabalhadora e a abertura desse diálogo demonstra que, de fato, o governo eleito deve manter a mesma linha e mesmo posicionamento que vinha, até então, sendo adotado pelo Governo Lula; da busca do entendimento com os movimentos sociais”, arrematou Adilson.
De Salvador,
Camila Jasmin