PV decide pela neutralidade no segundo turno
Terceira colocada na eleição presidencial, Marina Silva (PV) oficializou na tarde deste domingo (17) a opção pela neutralidade no segundo turno. Dos cerca de 170 votantes, apenas quatro declararam apoio a Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB).
Publicado 17/10/2010 14:32
Em votação simbólica, a ex-presidenciável, que recebeu 19,6 milhões de votos, referendou a posição para a nova etapa da corrida presidencial.
Individualmente, os filiados serão liberados para aderir às campanhas da petista ou do tucano. Pelo menos três dos mais importantes diretórios do PV — Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais — já estão apoiando Serra. A dúvida estava no comportamento a ser adotado por Marina.
Fúria por cargos
Embora os principais líderes do partido não reconheçam publicamente, a posição de independência é a forma encontrada pelas várias alas do PV para conter a fúria por cargos que algumas integrantes do partido têm. Nas conversas reservadas que integrantes da sigla mantiveram com representantes de PT e PSDB, a oferta de cargos e ministérios não foi excluída.
Logo após o primeiro turno, o PSDB chegou a oferecer quatro ministérios ao partido, segundo informações de bastidores. A informação foi negada veementemente pelo PV e também pelos tucanos. Nas conversas reservadas, porém, falava-se que a negociação já estaria acontecendo antes mesmo do fechamento das urnas no primeiro turno.
A oferta dos tucanos agradou muito às alas do partido que já são alinhadas ao PSDB em São Paulo, Rio e Minas, onde os verdes fazem parte da base de apoio dos governos comandados pelos tucanos. Porém, Marina teria se queixado da oferta e disse várias vezes em público que estava mais preocupada com “discussões programáticas” e não com a “velha prática política do fisiologismo e da troca de cargos”.
Amigos da senadora acriana afirmam que o apoio de Marina a qualquer um dos lados desmobilizaria os movimentos ambientais e civis apartidários que ajudaram a construir a candidatura dela à Presidência. Com a sede de cargo dos aliados, o maior temor de Marina é que o “novo PV” seja abatido pela ambição de algumas alas.
Apoios regionais
A decisão deste domingo permite que os filiados apoiem candidatos, mas não poderão usar o nome da sigla nem qualquer imagem que remeta à legenda. Com isso, integrantes do partido no Rio, São Paulo e Minas já preparam um ato de apoio a Serra ainda para essa semana, na tentativa de ajudar o tucano a crescer nas pesquisas. O apoio a Serra está sendo costurado por Fernando Gabeira, que concorreu ao governo de RJ já em aliança com o PSDB, e José Luiz Penna, presidente nacional do partido e vereador da base do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).
Outra ala do partido representada por Zequinha Sarney, no Maranhão, Gilberto Gil e Juca Ferreira, na Bahia, além do Rio Grande do Sul, deve firmar apoio em Dilma Rousseff (PT).
Gilberto Gil com Dilma
O cantor e compositor Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura do governo Lula, também declarou, nesta semana, apoio à candidatura de Dilma Rousseff. Em vídeo divulgado pela TV Vermelho, ele afirma que, como integrante do PV, votou em Marina Silva no primeiro turno, mas agora defende a posulação de Dilma, que, para ele, está "preparada" para a Presidência.
Da redação, Luana Bonone, com informações do IG e UOL
Alterada às 15h03 para atualização das informações