Governo estuda novas medidas para conter queda do dólar
O governo poderá anunciar novas medidas para conter a valorização excessiva do real em relação ao dólar. Mas, por enquanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que é importante observar os efeitos das medidas já adotadas, como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para aplicações em renda fixa por estrangeiros, além de mais espaço para o Tesouro Nacional comprar dólares para quitar parcelas da dívida externa.
Publicado 15/10/2010 16:06
“Temos que observar. Não vamos nos precipitar para ver se não dá uma acalmada espontânea. Senão, tomaremos mais medidas. Vamos observar”, disse sem antecipar quais seriam essas medidas.
Mantega voltou a reafirmar que a valorização em excesso do real dos últimos dias foi causada pela forte entrada de dólares no país, em setembro, por conta da capitalização da Petrobras. “Foram US$ 16 bilhões que entraram em setembro. É uma soma extraordinária”, afirmou.
Segundo Mantega, até o momento, as medidas para o câmbio são aquelas já tomadas, como o aumento da alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 2% para 4% incidente nos investimentos estrangeiros em renda fixa no país e a autorização para que o Tesouro apresse as compras de moeda estrangeira para o pagamento da dívida externa.
Guerra cambial
A disputa entre a Coreia do Sul e o Japão em torno das taxas de câmbio acirrou quinta-feira (14), destacando as tensões geradas pela perspectiva de que Washington aumente a impressão de dólares para tentar animar a combalida economia norte-americana.
A Coreia do Sul reclamou do Japão após Tóquio questionar a líderança do país no fórum do G20 por causa da intervenção repetida de Seul para controlar a valorização do won, de acordo com a mídia estatal.
O embate parece constrangedor para a Coreia do Sul antes da reunião dos ministros das Finanças do G20, que acontece em 11 e 12 de novembro na capital do país. "É inapropriado falar unilateralmente sobre a política cambial de determinado país", disse o presidente do Banco da Coreia, Kim Choong-soo, a jornalistas.
A Coreia do Sul ficou irritada com os comentários diretos feitos pelo ministro das Finanças japonês, Yoshihiko Noda. O ministro afirmou que países emergentes com superavits em conta corrente deveriam permitir uma flexibilidade maior nas suas moedas.
"Na Coreia do Sul, a intervenção acontece regularmente, e na China, o ritmo da reforma do yuan tem sido lento", disse Noda. O próximo foco será na sexta-feira, quando o Departamento do Tesouro dos EUA deve anunciar a decisão semestral de taxar ou não a China de "manipuladora cambial".
O relatório costuma ser adiado, mas uma autoridade da indústria em Washington disse que seu grupo havia sido informado por um membro do governo de que o prazo de 15 de outubro seria cumprido.
Com agências