América Latina se mobiliza este mês contra agressão capitalista
Em diversas partes da América Latina e do Caribe, são preparadas mobilizações, debates, intercâmbios e ações internacionais de luta, convocadas por organizações e movimentos sociais para este mês de outubro. As mobilizações terão seu ponto alto na próxima terça-feira (12). Em Quito, capital do Equador, onde se concentram muitas das atividades previstas para o mês, se realizará uma grande marcha internacional conjunta dos eventos que acontecem nesses dias.
Publicado 07/10/2010 13:53
Os temas comuns das mobilizações são a crise climática e as propostas frente às negociações da Convenção para o Clima das Nações Unidas (UNFCCC). O fórum mundial de negociações criado em 1994 para examinar as mudanças climáticas, que reúne mais de 190 países, fará reunião em Cancún, México, de 29 de novembro a 10 de dezembro.
De 7 a 17 de outubro, com o lema “Romper as Cadeias – Mudar o sistema!”, a Rede Jubileu Sul Américas convoca a Semana de Ação Global contra a Dívida e as IFIs, como parte da luta permanente pela anulação da dívida histórica e a submissão da vida aos ditames do mercado em um sistema econômico baseado na acumulação e no consumo excessivo de uns poucos, em vez de justiça e da solidariedade entre muitos.
Já de 8 a 16 de outubro, em Quito, Equador, diversas organizações camponesas em âmbito continental participam do 5o Congresso da Coordenadora Latinoamericana de Organizações do Campo (CLOC). Nesse espaço, vai acontecer também a 4a Assembleia de Mulheres do Campo e a 3a Assembleia da Juventude. O Congresso da CLOC quer fortalecer as estratégias de construção de alternativa que se conformam desde os setores populares, camponeses, trabalhadores do campo e povos indígenas, em uma perspectiva da interculturalidade; e impulsionar um amplo debate e construção de iniciativas para o processo de integração regional.
Também em Quito, Equador, de 8 a 12 de outubro, acontece a Edição do 4o Fórum Social Mundial das Migrações (FSMM), que representa espaço de debate democrático de reflexões, intercâmbio de experiências, formulação de propostas e articulação de movimentos sociais, ONGs e outras organizações da sociedade civil que se opõem à globalização neoliberal e à restrição do reconhecimento da cidadania e dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais das pessoas migrantes, desalojadas, refugiadas e apátridas.
Ainda no Equador, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), em conjunto com a Coordenadora de Cinema e Comunicação dos Povos (Clacpi) organizam o 10o Festival Internacional de Cinema e Vídeo dos Povos Indígenas, de 6 a 11 de outubro. O evento apresenta produções audiovisuais de indígenas e não indígenas dos cinco continentes que buscam retratar por meio das imagens a realidade das etnias do mundo.
De 12 a 16, a Coordenadora Andina de Organizações Indígenas (Caoi) convoca para a MINGA (Mutirão Global em Defesa da Mãe Terra). Em diversos países do continente, milhares de vozes se unirão contra a agressão capitalista e para propor outro projeto de vida, como o Bem Viver, Estados Plurinacionais e um modelo de integração a partir da equidade, da reciprocidade e da complementaridade.
No próximo 15 de outubro, a rede Jubileu Sul Américas convoca ao Dia de Solidariedade com o Haiti. Oito meses a o terremoto que destruiu o Paísi e a perda de milhares de vidas, as tropas da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) não demonstraram sucesso no processo de reconstrução.
E no dia 16 de outubro, por ocasião da reunião da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade (CBD), em Nagoya, Japão, e para comemorar o Dia Mundial do Alimento, a Via Campesina convoca para ações em todo o mundo para denunciar o papel de empresas do agronegócio, como a Monsanto e sua destruição da biodiversidade e da vida.
Fonte: Adital