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Dólar cai pelo 10º dia e faz nova mínima a R$ 1,709

Pelo décimo dia consecutivo, o dólar comercial encerra o pregão em baixa contra o real. Novamente os vendedores não se abalaram com as duas compras à vista feitas pelo Banco Central (BC) e levaram a divisa americana a fazer nova mínima para o ano.

Depois de cair a R$ 1,705 na mínima, o dólar comercial recuperou um pouco de preço, mas, ainda assim, fechou com baixa de 0,46%, a R$ 1,708 na venda. Menor preço desde 9 de novembro de 2009, quando valia R$ 1,701. Na máxima, a moeda foi a R$ 1,717.

Na roda de “pronto”, da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) o dólar perdeu 0,55%, para R$ 1,7055. O volume caiu de US$ 103,75 milhões para US$ 81,75 milhões.
Já no mercado futuro, o dólar com vencimento outubro, negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), caía 0,20%, a R$ 1,714, antes do ajuste final de posições. Na mínima, a moeda foi a R$ 1,7085. O giro estimado para o interbancário foi de US$ 2,1 bilhões.

Segundo o chefe de estratégia de renda fixa de mercados emergentes do Bank of America Merrill Lynch, Daniel Tenengauzer, a taxa de câmbio se aproxima de uma zona de preço na qual o retorno de se apostar em nova queda não compensa o risco da operação. Ou seja, o real está ficando caro.

Na visão do estrategista, há muitos eventos positivos embutidos na cotação da moeda brasileira, como captação da Petrobras e outras fontes de fluxo externo, e poucos eventos que poderão se mostrar negativos. Entre eles toda a incerteza embutida na transição de governo.

Para Tenengauzer, essas incertezas pouco precificadas devem aparecer no mercado logo após a conclusão do processo eleitoral, pois é nesse período entre outubro e janeiro, que o mercado conhece quem serão os novos componentes da equipe econômica e do colegiado do Banco Central (BC). Outra dúvida citada pelo especialista é qual será a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social (BNDES) em 2011.

Ainda de acordo com Tenengauzer, dólar abaixo de R$ 1,70 também não é interessante para o governo por uma série de fatores. Entre eles, como a inflação está sob controle, rodando abaixo de 5%, não há necessidade de utilizar a taxa de câmbio valorizada como instrumento de política monetária.

Fonte: Eduardo Campos para Valor