No Ceará, Serra dança forró e pega carona nos programas sociais
O candidato a Presidente da República, José Serra (PSDB), visitou o Ceará no último sábado (10/07). Na agenda, compromissos nos municípios de Cascavel, Uruoca, Massapê e Marco com a companhia constante do candidato tucano a governador Marcos Cals, do senador Tasso Jereissati, e de outros correligionários. Para o PSDB, a visita de Serra representou a oportunidade de motivar o tucanato cearense, que parece estar desestimulado na campanha.
Publicado 12/07/2010 09:44 | Editado 04/03/2020 16:33
Serra começou sua campanha oficialmente no Ceará, com caminhada em Cascavel, município da Região Metropolitana de Fortaleza. O tucano declarou que está feliz por agora dispor no Estado de um palanque completo, incluindo uma candidatura do PSDB ao Governo do Ceará.
Em junho, quando Serra esteve no Ceará ainda como pré-candidato, o PSDB estava decidido a não apresentar nome para a disputa ao Governo do Estado, em razão de sua ligação com o governador Cid Gomes. Só após o rompimento do senador tucano com Cid Gomes (PSB), Tasso Jereissati, cacique do PSDB, anunciou o deputado estadual Marcos Cals para encabeçar a chapa a governador. Com isso, Serra passou a ter vez no Ceará. A divulgação do nome de Cals aconteceu no final de junho. Apesar de garantido o palanque tucano, circulam nos bastidores informações de pesquisas que apontam que as intenções de voto em Serra no Ceará não passam de 10%, enquanto Dilma tem mais de 70%.
Bolsa família
Considerando que o brasileiro não tem memória, Serra mencionou que pretende ampliar o programa Bolsa Família vinculando-o ao programa Saúde da Família na tentativa de colocar o governo do PSDB como "autor dos programas sociais". O que o candidato tucano parece não levar em conta é que o eleitor brasileiro e o povo nordestino lembram que, durante oito anos, nos dois mandatos do Presidente Lula, Serra e seus colegas de Partido foram alguns dos maiores críticos dos programas sociais criados por Lula.
Pré-Sal
Serra também sem mostrou contra a divisão dos royalties do pré-sal. Ele declarou que a divisão deve beneficiar o conjunto do Brasil, mas não acha justo que as regiões produtoras, como o Rio de Janeiro, sejam prejudicadas. "Da forma como foi aprovada a lei, fecha as portas dos estados e de muitos municípios. Não é possível haver essa discórdia no Brasil”, defendeu Serra apoiando os estados do Sudeste.
Em busca de popularidade
Tentando conquistar a simpatia do cearense, Serra prometeu que, se eleito, Marcos Cals e Tasso Jereissati – respectivos candidatos ao governo do Ceará e ao senado federal – terão acesso “privilegiado” ao presidente da República. “Eles vão ter comigo uma interlocução privilegiada, porque eu os respeito como homens públicos e quero muito a esse Estado”, bradou.
Deixando de lado os ressentimentos do passado, Serra, no palanque ao lado de Tasso, qualificou-o como um senador “combativo” e disse que os cearenses têm motivos para se orgulhar dele. Tantos elogios não condizem com a recente crise que envolvia os dois tucanos. Em 2002, a relação entre ambos tinha sido abalada em razão da opção de Tasso de apoiar o amigo Ciro Gomes (então no PPS, hoje no PSB) ao invés do candidato a presidente do próprio partido, José Serra, que se candidatou naquele ano.
Na busca de reverter a rejeição contra sua candidatura, vale tudo. Serra encerrou sua programação no Ceará participando da festa de chitão no Município de Marco. Antes, o candidato tucano participou de outra festa popular, desta vez em Massapê, também na Zona Norte, onde até dançou forró, ritmo essencialmente nordestino.
De Fortaleza,
Carolina Campos