Em um jogo sofrível, Espanha vence Copa do Mundo
Em um jogo sofrível, de muito pouca emoção e de quase nenhuma qualidade técnica, a Espanha foi menos pior que a Holanda e conseguiu vencer a Copa do Mundo da África do Sul, com um gol no segundo tempo da prorrogação. O país ibérico torna-se a oitava seleção a vencer o Mundial, com um brilho semelhante ao da Inglaterra de 1966.
Publicado 11/07/2010 18:39
A fraca seleção espanhola foi a campeã com o menor número de gols marcados: apenas 8 em 7 jogos. A Inglaterra, em 66 e o Brasil, em 94, fizeram 11 gols. Em contrapartida, a defesa espanhola só sofreu dois gols e igualou o recorde italiano de 2006. Em termos de emoção, esta final não superou a péssima partida entre Brasil e Itália, em 1994, que teve muito mais oportunidades de gol — e emoções — que a disputada em Joanesburgo.
A Espanha esbarrou na forte marcação e no anti-jogo holandês. O árbritro inglês fez vistas grossas para a violência praticada tanto por holandeses quanto por espanhóis em alguns momentos da partida, destruindo qualquer possibilidade de um jogo mais emocionante. Faltaram cartões vermelhos na final que teve mais amarelos da história da Copa do Mundo.
A Holanda, até então com 100% de aproveitamento e há 25 jogos sem perder, entrou no gramado do Soccer City com a sua formação habitual. A limitada equipe do técnico Van Marwijk marcava de forma forte e violenta, quebrando a única característica louvável do time espanhol que era o toque de bola.
Brucutus de várias estirpes desfilaram no gramado de Soccer City, como Puyol, Sergio Ramos, van Bommel e Heitinga. A Holanda limitava-se a alguns contra-ataques. Num deles, no segundo tempo do jogo, Robben teve a chance de matar o jogo mas chutou mal, nas pernas de Casillas.
A única esperança holandesa estava nos pés de Sneijder, nas cobranças de falta próximo à área e Robben, nos escanteios, mas essas jogadas não levavam perigo ao goleiro Casillas.
A Espanha iniciou a luta pelo título com derrota, 1 a 0 diante da Suíça. Depois, confirmou o primeiro lugar no grupo H com duas vitórias sobre as fraquíssimas seleções de Honduras (2 a 0) e Chile (2 a 1).
Na fase de mata-mata, três magros resultados por 1 a 0, que refletiram a maneira espanhola de atuar: muito toque de bola e nenhuma objetividade. Portugal, Paraguai e Alemanha foram derrotados nas oitavas, quartas e semifinal, respectivamente.
O jogo contra o Paraguai revelou a maior fragilidade espanhola, que se perdeu ao não saber sair para o jogo diante da marcação adiantada paraguaia. Como cabe a uma Copa do Mundo, a Espanha teve mais nervos que o Paraguai para vencer o jogo.
Para chegar ao título mundial, a seleção espanhola disputou 13 Copas e fez 56 partidas pelo torneio. Venceu 28, perdeu 16 e empatou 12. Fez 89 gols e sofreu 59.
O gol, a quatro minutos do fim da prorrogação, começou com o mais que apagado Fernando Torres, que lançou na área. A bola sobrou para Fabregas, que tocou para Iniesta na lateral direita da área. O espanhol bateu cruzado e teve a felicidade de fazer o único gol de uma partida horrorosa.
A considerar a partida desta noite de domingo, ninguém merecia vencer o Mundial. Os brucutus com grife da Espanha aproveitaram melhor a oportunidade que tiveram.
De São Paulo,
Humberto Alencar, com agências