Lula afirma que sistema financeiro de países ricos está podre
O presidente cobrou da União Europeia medidas mais efetivas para enfrentar a crise e evitar que se alastre para o resto do mundo.
Publicado 18/06/2010 18:50
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta 6ª feira (18) que o sistema financeiro dos países ricos está "apodrecido" e também criticou a demora da Europa em reagir à crise que enfrenta.
"O sistema financeiro está apodrecido no mundo rico", afirmou o Lula, referindo-se à crise financeira iniciada nos Estados Unidos, em 2008, e aos atuais problemas dos países europeus mais pobres com a dívida externa.
Em discurso pronunciado durante a inauguração de uma siderúrgica do grupo alemão ThyssenKrupp, no Rio de Janeiro, o presidente disse que o marco regulatório do sistema financeiro brasileiro "deveria servir de exemplo aos países desenvolvidos".
Lula pediu à União Europeia (UE) que adote medidas para enfrentar a crise que sofre e evitar que, como ocorreu com a crise financeira dos Estados Unidos, esta também se alastre para o resto do mundo.
"Quando alguém descobre que um paciente tem uma doença, não manda esperar, mas aplica o remédio. Não é possível que um país como a Grécia provoque uma crise em toda Europa", afirmou.
Crescimento e estagnação
Lula acrescentou que, em vez de impulsionar ajustes econômicos para enfrentar a crise, a Europa deveria seguir os passos dos emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China, mas também dos Estados Unidos, que preferem apostar em medidas para incentivar a economia.
"Nestas crises temos de fazer o contrário: investir. Foi o que nós fizemos e, por isso, o Brasil está em uma situação cômoda, boa economicamente", afirmou Lula, referindo-se aos ajustes fiscais que vêm impulsionando os países europeus. "Os Brics e os Estados Unidos acham que é preciso retomar o crescimento com investimento, enquanto a Europa acha que tem que ter ajuste fiscal", destacou Lula.
As críticas do presidente brasileiro vão na contramão dos pacotes que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a cúpula da União Europeia estão impondo aos países da região, com corte de salários, aposentadorias e aumento de impostos. A receita do FMI é recessiva e não levará à recuperação das economias européias, pelo contrário tende a agravar a crise econômica na medida em que resultará na redução do consumo e enfraquecimento dos mercados domésticos.
Com agências