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Inflação para consumidor de baixa renda cai para 0,18% em maio

Os indicadores sobre a evolução dos preços no país continuam sinalizando a desaceleração do processo inflacionário. A inflação para os consumidores que ganham mensalmente até 2,5 salários mínimos, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), ficou em 0,18% em maio, 1,10 ponto percentual abaixo da apurada em abril. Com o resultado, o indicador acumula alta de 5,18% neste ano e de 6,04% nos 12 meses encerrados em maio.

Dados divulgados nesta quinta-feira (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram ainda que a inflação para os consumidores de baixa renda ficou abaixo da média apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que subiu 0,21%. O índice mede a inflação para as famílias com renda mensal entre um e 33 salários mínimos. Nos 12 meses fechados em maior (resultado anualizado) o IPC-BR ficou em 5,28%.

Preços em queda

Segundo a FGV, quatro das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram queda nos preços. A principal delas foi o grupo alimentação, cuja taxa passou de 2,52% para -0,20%, por conta das baixas do tomate (6,79% para -29,53%), leite do tipo longa vida (9,66% para 1,82%), feijão-carioquinha (30,82% para 13,95%) e carnes bovinas (2,81% para 1,54%).

Também apresentaram redução os grupos saúde e cuidados pessoais (1,28% para 0,66%), vestuário (1,13% para 0,80%) e educação, leitura e recreação (0,57% para 0,00%). Segundo a FGV, as principais influências partiram dos itens: medicamentos em geral (2,46% para 1,48%), calçados (1,75% para 0,05%) e show musical (6,49% para -2,65%), nesta ordem.

O grupo transportes repetiu o resultado da apuração de abril, com deflação de 0,01%. Em sentido ascendente, o destaque foi o item tarifa de transporte de van, que no mês passado teve deflação de 0,11% e agora chegou a zero. O item gasolina continuou a registrar queda, passando de -0,83% para -0,95%.

Especuladores lucram

Tiveram alta os grupos habitação (de 0,29% para 0,63%) e despesas diversas (de zero para 0,16%). As principais contribuições partiram da taxa de água e esgoto residencial (de zero para 1,57%) e de alimento para animais domésticos (de -1,35% para 0,45%).

Os número sugerem que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) foi no mínimo precipitado ao elevar para 10,25% ao ano a taxa básica de juros (Selic) a pretexto de impedir uma inflação descontrolada. Isto reforça a suspeita de muitos economistas de que na realidade a equipe do BC contemplou, mais uma vez, os interesses da oligarquia financeira e dos especuladores, que lucram (e muito) com os juros reais mais altos do mundo.

Com informações da Agência Brasil