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Brasil priorizará formação de profissionais de saúde para Haiti

O Brasil priorizará a formação de profissionais de saúde para o Haiti durante os próximos anos, como parte de uma comissão tripartite com esta nação e Cuba, adiantou a coordenadora da delegação brasileira que visita esta capital, a doutora Clarice Ferraz.

Clarice, professora da Universidade de São Paulo e coordenadora de recursos humanos do Ministério da Saúde, assegurou à Prensa Latina que a representação que preside nas conversas da comissão tripartite tem seu foco de atenção na formação de profissionais.

"Trataremos de contribuir com a experiência brasileira em formar médicos e técnicos em grande escala, porque somos um país muito grande, que tem tido que preparar seus recursos humanos de maneira rápida e em grandes quantidades", comentou a doutora Ferraz.

"No Haiti, pensamos em aplicar uma metodologia similar e também organizar o sistema sanitário, o que considero importante, embora seja necessário conhecer primeiro os interesses do país na qualidade da atenção à população", complementou.

Para Clarice – que visitará hoje o Centro de Diagnóstico Integral de Mirebalais, um moderno hospital onde trabalham médicos cubanos -, na maioria dos países do mundo se pensa na atenção primária, e no Haiti não é diferente.

No entanto, ela advertiu que é importante trabalhar na prevenção das doenças e na atenção aos grupos de risco. "Esta é uma temática na qual queremos adentrar para elaborar os projetos de cooperação com Haiti e Cuba. Penso que temos muitos laços importantes e isso facilitará o projeto de cooperação", colocou.

Para a doutora brasileira, no Haiti, os profissionais foram formados para a prevenção e é preciso preparar agora médicos para a prevenção à saúde. "Penso que devemos fazer um investimento na atenção curativa, hospitalar, mas priorizando a promoção da saúde pública, para diminuir a tuberculose, as doenças diarreicas, a malária", enfatizou.

"Por isso é necessário investir na formação, para poder enfrentar estas doenças e não apenas para curá-las, e é importante contar com os meios materiais e humanos para conseguir isso", encerrou.

O Haiti, que foi devastado por um poderoso terremoto no dia 12 de janeiro deste ano, conta só com dois trabalhadores da saúde para cada 10 mil habitantes, enquanto a cifra ideal deveria superar os 25. O país conta com 2.422 médicos, dois terços deles no departamento do Oeste, o mesmo onde se encontra a capital, a qual acolhe, também, 83% dos especialistas.

Como parte dos acordos da comissão tripartite, logo se iniciará a construção de quatro hospitais doados pelo Brasil, que serão operados por profissionais cubanos.

Com Prensa Latina