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Brasil convoca embaixador de Israel após ataque a navios

O governo brasileiro convocou nesta segunda-feira (31) o embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, para manifestar indignação com o incidente contra a “frota da liberdade”. No comunicado, o Itamaraty também informou que comunicará sua preocupação com a cidadã brasileira que estava no grupo.

A “frota da liberdade”, organizada por várias ONGs e com apoio de governos como o turco, divulgou que pretendia chamar a atenção para o bloqueio marítimo à faixa de Gaza com uma ação na qual levavam mantimentos para o local.

A brasileira Iara Lee, cineasta, estava no grupo, que entrou em choque com as forças israelenses na madrugada desta segunda-feira. Os ativistas informaram que dez pessoas morreram devido ao episódio, enquanto o governo de Israel colocou que foram nove os mortos.


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Israel havia comunicado que os ativistas não passariam pelo bloqueio e a chegada da frota foi adiada algumas vezes. Ontem, quando a frota comunicou um novo adiamento, informou que esperava que um grupo de eurodeputados se unissem ao grupo.

O governo brasileiro comunicou que recebeu a notícia da interceptação da “frota da liberdade” com “choque e consternação”. No documento, o ministério diz que "O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário".

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, pediu ainda que as autoridades israelenses informem imediatamente o paradeiro da brasileira.

Famosa ativista e com atuações anteriores no Oriente Médio, Lee escreveu um texto, publicado em 25 de maio em um blog, sobre os motivos que a levavam a participar da viagem. (clique aqui para ler o texto de Iara Lee)

Veja abaixo a nota na íntegra do ministério:

“Ataque israelense à "Flotilha da Liberdade"

Com choque e consternação, o governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.

O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do direito humanitário e do direito internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU [Organização das Nações Unidas] foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do governo brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira.”