Cantor cubano Silvio Rodríguez volta aos EUA 30 anos depois
O cantor cubano Silvio Rodríguez, considerado com uma das vozes mais emblemáticas da Revolução Cubana, voltará a Nova York, 30 anos depois de sua última turnê nos Estados Unidos. Durante o governo do presidente George W. Bush (2001-2009), que interrompeu o intercâmbio cultural entre as duas nações, Rodríguez, fundador do Movimento da Nova Trova junto com Pablo Milanês e Noel Nicola, foi declarado persona non grata.
Publicado 17/05/2010 10:57
Agora, porém, ele finalmente recebeu um visto que permite sua entrada no país, e deve se apresentar em 4 de junho, no Carnegie Hall, em Nova York, uma das mais importantes salas de concertos do país. O documento tem duração suficiente para permitir que Rodríguez se apresente em várias cidades dos EUA, como Los Angeles, San Francisco e Chicago, segundo esclareceu seu advogado norte-americano Bill Martinez à agência Reuters.
As relações entre Cuba e EUA tiveram uma ligeira melhora desde o início do governo de Barack Obama, que suspendeu restrições para viagens e remessas financeiras de cubano-americanos, e autorizou um maior intercâmbio cultural. Antes de Silvio Rodríguez, as autoridades de Washington já tinham dado vistos para o trovador Carlos Varela e outras orquestras cubanas.
Há exatamente um ano, o autor da famosa canção Ojala foi proibido de viajar aos EUA para um show em homenagem ao 90º aniversário do emblemático cantor Pete Seeger, no Madison Square Garden. Apesar do pequeno passo dos EUA em rerlação a Cuba, o presidente Barack Obama não tem sinalizado a possibilidade de encerrar o bloqueio que mantém contra a ilha.
Novo disco
A última turnê de Rodríguez foi em 1979, durante a administração do presidente democrata James Carter (1977-1981). Naquela época, apresentou, junto com Pablo Milanés, vários concertos em Nova York, Washington, Boston, Filadélfia e na Universidade de Massachusetts.
Em 1997, ele viajou ao Porto Rico para um show em um estádio com Roy Brown. Os EUA lhe deram um visto que valia apenas para o dia exato do ensaio e da apesentação, tendo que deixar o país logo apos o show.
O concerto do Carnegie Hall coincide com a apresentação de seu disco mais recente, Segunda Cita, que contém algumas canções, tais como Sea Señora, nas quais ele se diz a favor de uma evolução da revolução cubana.
Com Opera Mundi