PCdoB defende ampla aliança no DF: concorrer para ganhar
As negociações em busca de uma ampla aliança dos partidos da base do Presidente Lula para as eleições deste ano no Distrito Federal estão evoluindo. A crise que dizimou o projeto político das forças conservadoras – dos dois ex-governadores José Roberto Arruda (ex-DEM) e Joaquim Roriz (PSC) – abre espaço para a gente concorrer para ganhar, diz o candidato a deputado federal pelo PCdoB do Distrito Federal, advogado Messias de Sousa.
Publicado 07/05/2010 15:21
Ele fez uma palestra, nesta sexta-feira (7), na Câmara dos deputados, para a militantes e amigos do Partido no DF, quando reforçou a necessidade de ampliar a discussão e assumir o projeto do PCdoB para a região.
Na analise conjuntural do processo eleitoral no DF, Messias destaca que é preciso que essas forças que compõem a base de apoio à pré-candidatura de Dilma Roussef compreendam que a unidade vai garantir a vitória nas eleições de outubro.
“A profunda e grave crise política protagonizada pelo Governo Arruda com origem no ex-governador Roriz, abriu a possibilidade do nosso campo, que dá sustentação a candidatura de Dilma Roussef, sair vitoriosa nas eleições”, destaca Messias. “Nós precisamos ter a grandeza de saber que unidos ganhamos”, enfatiza.
Com a crise, o quadro que se desenhava para fazer uma grande coligação e obter ampla maioria na Câmara Federal, tal a força de atração que se desenvolvia pelo governo pelos métodos que hoje se conhece na sua inteireza, desmoronou. E o que parecia um rolo compressor irresistível, porque era uma equação montada na conquista de lideranças de vários partidos que estariam coligados, extinguiu-se. “Não restou nenhum partido, houve dispersão total”, afirma Messias.
Ele diz que resta ao PT e PMDB costurarem a aliança em torno do candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF). Mas admite que o PMDB pensa em chapa própria, ideia que se fortaleceu com a eleição indireta do peemedebista Rogério Rosso a governador do DF após o afastamento de Arruda e seu vice, Paulo Octávio (DEM). Mas o PMDB no DF se dividiu entre os que estão envolvidos na crise e os que querem se unir ao projeto dos campos avançados, resume.
A avaliação do líder comunista é de que o Roriz – candidato ao GDF – é uma grande liderança, mas está fragilizado do ponto de vista proporcional, porque perdeu a grande legenda que tinha – o PMDB – e há uma dessintonia entre ele e os candidatos proporcionais.
Bom proveito
Nesse cenário, ele destaca o papel do PCdoB nas negociações, lembrando que após as últimas eleições, sem eleger nenhum candidato a Câmara Distrital nem à Câmara Federal e com a saída de Agnelo Queiroz para o PT, o Partido passou por um momento de paralisia.
A crise política foi bem aproveitada pelos comunistas que se inseriram no cenário político do DF com a candidatura do próprio Messias nas eleições indiretas. Segundo ele, enquanto o PT estava se engalfinhado numa crise interna em torno dos nomes – Geraldo Magela e Agnelo Queiroz – para candidato ao Governo do DF, o PCdoB, ao lançar candidatura majoritária, conquistou assento privilegiado nesse processo de debates e negociações.
A partir dai, Messias de Sousa avalia que o Partido conseguiu reinaugurar um protagonismo na vida política do DF, que deve repercutir no resultado das eleições de outubro. Defendo um projeto ousado e uma tática ousada, ele conclama os militantes e amigos, em tom de campanha eleitoral: “Nós vamos concorrer para fazer boa figura ou concorrer para ganhar?”, questiona.
De imediato, ele mesmo responde, afirmando que o projeto do Partido é eleger um deputado distrital e um federal, reconquistando as vagas do Partido que foram perdidas nas últimas eleições.
Nas mãos de todos
Como candidato, ele explica que a candidatura do deputado federal deve se desenvolver colada as campanhas distritais. “Não será isolada – minha – em busca do eleitorado. Terei que buscá-lo (o eleitorado) amarrado nas estruturas e candidaturas nossas e de outras – e já são mais de 15 delas – o que mostra a potencialidade do nosso projeto”, destaca, alertando que “está nas mãos de todos nós o projeto e a vitória desse projeto.”
“Para trilhar o caminho da ousadia, construir projeto ousado e tática ousada, só é possível fazê-lo se vencer o desafio de construir chapa própria, porque não é possível atribuir a um e outro camarada a tarefa de sozinho marcar posição partidária”, explica Messias, chamando atenção do Presidente do Partido no DF, Augusto madeira, que participou do evento.
Para isso, ele diz que o PCdoB deve buscar o povo para ajudar a reconstruir e colocar em outro patamar o Partido. E buscar lideranças junto à luta do povo – sindicais, negros, intelectuais, juventude -, lideranças distribuídas espacialmente no DF, para obter êxito na eleição.
“O desafio agora é desenvolver a potencialidade na luta político eleitoral e levar o projeto à vitória”, concluiu o candidato, sob aplausos da militãncia.
De Brasília
Márcia Xavier