CES e Faculdade Visconde da Cairu promovem formação sindical

Priorizar a formação de dirigentes classistas dos trabalhadores nas bases dos sindicatos, desde a educação inicial à pós-graduação acadêmica, é o objetivo central do Projeto de Estudo, Pesquisa e Cooperação Técnica firmado entre o Centro de Estudos Sindicais na Bahia – CES e a Fundação Visconde de Cairu. A cerimônia, neste sábado (1/05), na FVC, reuniu direção da faculdade, acadêmicos, representantes de diversos sindicatos; de entidades e movimentos sociais; da Fundação Maurício Grabois..

“O nosso foco é reposicionar, dentro do movimento sindical classista, esse debate ideológico para reforçar a perspectiva revolucionária de emancipação dos trabalhadores. Porque sindicalismo, para nós, é formação e luta”, destacou o coordenador do CES Bahia, José Evangelista. Além da disponibilização do espaço físico e da oferta dos cursos de graduação, especialização e mestrado presentes na sua grade curricular, a Visconde da Cairu também irá promover cursos de interesse do CES na formação de profissionais.

Criado em 1985, quando no ensejo da luta pela democratização frente a derrocada do Regime Militar, o Centro de Estudos Sindicais despontou com o objetivo de reforçar a formação do sindicalista, ajudar na elaboração de estratégias para o movimento sindical e no estudo sobre a realidade do trabalho. “Hoje, tem um papel ainda mais importante, porque o mundo do trabalho mudou muito, a classe dos trabalhadores ficou muito mais complexa e fragmentada, e você tem desafios políticos de maior envergadura. Então, o CES tem que contribuir para ver como o sindicalismo reflete essa nova realidade do trabalho”, afirmou o jornalista Altamiro Borges, fundador da entidade.

De lá pra cá, segundo Miro, o sindicalismo perdeu força e, justamente por isso, o convênio assinado junto a Cairu ganha ainda mais relevância. “O convênio pode ajudar no ‘falar com a juventude’ e em como despertar a consciência sindical desses jovens que estão se formando na universidade, porque você não deve fortalecer o movimento sindical só a partir dos que já estão inseridos no mercado formal. E o CES tem um papel estruturante importantíssimo nesse sentido de combinar ação sindical com ação de formação de jovens”, comentou.

Eleições e mídia

O fortalecimento da entidade sindical classista torna-se ainda mais pungente no momento em que o país está prestes a encarar eleições presidenciais. “O movimento sindical vai ter que tomar posição. É preciso que seja mantida a sua autonomia, a sua independência, e interferir com força na batalha eleitoral para que essa experiência que começou há 8 anos, com o Governo Lula, se mantenha e, mais ainda, que avance. Porque qualquer retrocesso que ocorra em 2010 vai prejudicar o movimento sindical”, pontuou Altamiro Borges.

Na ocasião, o jornalista e integrante do Comitê Central do PCdoB autografou o livro “A Ditadura da Mídia” que faz, justamente, um alerta ao movimento dos trabalhadores e, em particular, ao movimento sindical, quanto ao papel da mídia na desagregação da classe e estímulo ao individualismo, na negação da ação coletiva, e na deformação das informações. “Os trabalhadores são, talvez, a principal vítima do que é a mídia hegemônica hoje, o que é o Partido da Imprensa Golpista (PIG). Qualquer luta do trabalhador, para essa mídia reinante, é criminalizada, é baderna, é congestionamento de trânsito. A pauta de reivindicação e a demanda dos trabalhadores é não-notícia. Então, para você disputar uma opinião na sociedade, para você disputar uma opinião sobre os rumos do país, é fundamental entender o papel que a mídia exerce hoje”, arrematou Miro.

De Salvador,
Camila Jasmin