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Equador ratifica ordem de prisão contra candidato da Colômbia

Um tribunal do Equador ratificou o mandado de prisão contra o candidato governista à presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos, sob a acusação de ser o autor intelectual de assassinatos ocorridos em meio a uma operação militar colombiana na selva do Equador.

O Ministério Público do país andino move processo contra Santos, que era ministro da Defesa da Colômbia na época do bombardeio contra um acampamento da guerrilha Farc, que matou 24 pessoas em março de 2008.

"Os membros da sala (do tribunal de Sucumbíos) deliberaram e resolveram acolher dita petição, pelo que a ordem de prisão preventiva contra Santos está mantida", informou o Ministério Público em nota na noite de segunda-feira.

Em fevereiro, o tribunal havia decidido arquivar o processo contra Santos durante três anos, por falta de provas.

Mas, diante de um recurso apresentado pelo advogado de defesa de Santos, nomeado pelo governo equatoriano, os juízes decidiram reativar o mandado de prisão.

O bombardeio ao acampamento na selva do Equador resultou na morte do líder rebelde Raúl Reyes, e abriu uma crise entre os dois países vizinhos.

O governo colombiano emitiu nota reiterando que não reconhece a jurisdição extraterritorial da Justiça equatoriana para investigar e julgar funcionários e ex-funcionários colombianos.

A Colômbia prometeu "defender com instrumentos ao seu alcance todos os funcionários e ex-funcionários colombianos frente a circunstâncias dessa natureza, e reitera que sua defesa e proteção é uma responsabilidade do Estado."

Santos, um dos favoritos na eleição de maio, disse que se trata de uma situação de Estado, e não de um revés pessoal. "É um precedente inadmissível de qualquer ponto de vista, e é hora de que se discuta em cenários internacionais", disse o candidato a jornalistas.

Quito e Bogotá atualmente tentam restabelecer relações diplomáticas depois da crise aberta em 2008. Os dois governos pretendem cumprir uma série de requisitos para designar embaixadores para as respectivas capitais vizinhas.

"Esta decisão da Corte Provincial de Sucumbíos não contribui para o processo de normalização das relações diplomáticas que vem sendo adiantadas entre os dois países", disse em nota a chancelaria colombiana.

Fonte: Reuters