Messias Pontes – Enfim surge algo de novo na política cearense

.

Hélio Leitão

A menos de sete meses das eleições gerais de três de outubro, há um forte sentimento da frente de partidos democráticos e progressistas no Ceará de garantir a reeleição do governador Cid Gomes e de eleger uma expressiva bancada de deputados estaduais e federais e de dois senadores para darem sustentação política à futura presidente Dilma Rousseff.

Essa frente de partidos, nucleada pelo PSB, PT, PMDB e PCdoB, está chamada para a manutenção histórica das mudanças em curso no Ceará e no Brasil, refletindo o justo equilíbrio entre as forças que dela fazem parte. Para tanto, a composição da chapa majoritária deve ser definida pelos dirigentes partidários, sob a direção do governador Cid Gomes, contemplando os quatro principais partidos da frente democrática e progressista.

Dos quatro cargos majoritários em disputa, dois já estão definidos: o de governador para o PSB (Cid Gomes) e uma das vagas do Senado para o PMDB (Eunício Oliveira). Ao PT cabe manter a vice ou uma vaga no Senado. Nada mais justo que a outra vaga fique com o PCdoB, importante aliado de primeira hora.

E os comunistas apresentam, para a análise dos demais partidos, o nome de uma emergente e expressiva liderança política, com forte inserção não só na sua categoria, mas em toda a sociedade cearense, identificada com as causas democratas e progressistas do nosso Estado e do País. Trata-se do advogado Hélio Leitão, presidente da OAB- Ceará, nas gestões de 2004 a 2006 e 2007 a 2009.

Com forte vocação para areia de cemitério – quer comer tudo sozinho -, o PT é o único que pode inviabilizar a manutenção dessa frente: o grupo do ex-presidente da sigla, Ilário Marques, defende o lançamento de candidatura própria ao governo do Estado. Mas por ser minoritário, esse grupo não tem hoje a menor influência no partido. Contudo expressivo setor quer manter a vice- governadoria e ainda a segunda vaga para o Senado. Apenas o setor mais identificado com o governo Cid Gomes advoga o justo equilíbrio entre as forças ora em ação.

É importante observar que a realidade de 2004 é um pouco diferente da de hoje. Há quatro anos a prefeita Luizianne Lins tinha cacife para indicar o vice, tanto que emplacou o professor Francisco Pinheiro como companheiro de chapa de Cid Gomes. Hoje, é o PT e não mais a Prefeita que vai indicar o vice. Ou o candidato ao Senado. Não pode é indicar o vice e o senador.

A executiva estadual do PT já tirou o indicativo de indicar o deputados federal e ministro da Previdência Social, José Pimentel, para disputar uma cadeira de senador, e de manter a indicação do candidato a vice-governador. Essa posição será levada para deliberação na reunião do diretório estadual no próximo dia 27. Mas esquecem os petistas de uma coisa importante: combinar com os parceiros.

Essa posição do PT lembra muito bem a copa do mundo de futebol de 1958, quando o técnico brasileiro Vicente Feola disse o que os jogadores deveriam fazer para ganhar o jogo da então poderosa equipe da União Soviética. Para o técnico brasileiro seria uma barbada, mas foi advertido pelo fantástico Garrincha: “Seu Feola, o senhor já combinou com os soviéticos?"

É oportuno observar que José Pimentel é um grande parlamentar e um ministro que está realizando um extraordinário trabalho na Previdência Social. Sua postulação é legítima, até porque conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que já declarou ser questão de honra derrotar os principais inimigos do seu governo e do País, notadamente os senadores tucanos Tasso Jereissati, Arthur Virgílio, Sérgio Guerra e Álvaro Dias, respectivamente do Ceará, Amazonas, Pernambuco e Paraná, e o demo potiguar Agripino Maia.

Contudo é imperioso que essa postulação seja colocada na mesa com os dirigentes dos demais partidos que formam o arco de aliança em torno de Cid Gomes. O nome do ministro Pimentel pode até ser mantido para o Senado, mas se isso acontecer, a vaga de vice-governador não poderá ficar com o PT. Não adianta forçar a barra, até porque os demais parceiros não aceitarão, principalmente o governador Cid Gomes.

Acertadamente, a direção do PCdoB está sugerindo aos demais partidos da frente democrática e progressista que se reúnam no início do próximo mês de abril para avaliar a evolução do quadro político-eleitoral e avançar, conjuntamente, no rumo de definições. Nessa reunião deve ser estruturada uma chapa representativa capaz de galvanizar e mobilizar os cearenses em torno do objetivo de construir um estado efetivamente desenvolvido, justo e socialmente democrático.

O nome de Hélio Leitão, o novo na política cearense, deve ser levado em consideração por todos aqueles que desejam a manutenção do atual projeto de governo.

Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE

Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Portal Vermelho