Sem categoria

Grande mídia erra ao tratar Campus Party como feira de tecnologia

O Vermelho conversou nesta sexta-feira (29) com Marcelo Branco, coordenador geral da Campus Party Brasil 2010. Na conversa, Marcelo falou sobre a Campus Party (Cparty) — que não é, ao contrário do que a chamada grande imprensa de modo geral vem tratando, uma grande feira de tecnologia.

A Cparty, segundo Marcelo, é um grande encontro de pessoas, de blogueiros, programadores, artistas, músicos, designers, das pessoas mais criativas, que fazem a internet brasileira. É também um grande acampamento de jovens, geeks, nerds — mas também um evento que trás para o mundo virtual discussões importantes para toda a sociedade, como o marco civil, os direitos humanos, a discussão sobre o copyright, a inclusão digital, o combate à violência contra crianças e adolescentes.

Nesta grande arena se encontram pessoas de todo o Brasil e de outras duas dezenas de países. Pessoas que nunca usaram um computador; pessoas que vivem conectadas o dia todo; indígenas e quilombolas. A pluralidade da internet brasileira está presente na Cparty.

Nesta sexta-feira, o tema dos direitos humanos está tendo uma ênfase maior. Em uma mesa que contou com a participação do ministro Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal, foi abordada a questão do tema na rede. A secretaria está agindo com políticas principalmente de combate à pedofilia, que não têm como espaço principal de atuação a internet, mas sim dentro das próprias famílias.

O ministro também abordou os recentes episódios do final de dezembro de 2009, em que as críticas e também as defesas ao Plano Nacional de Direitos Humanos tiveram na internet um espaço de disputas, que contribuíram para que fosse sancionado pelo presidente Lula com poucas alterações. Para Vanucchi, a internet é um importante espaço para a promoção dos direitos humanos.

De São Paulo,
Wladimir Crippa