Roubini: Com a crise, alguns países podem sair da Zona do Euro
Nouriel Roubini, o economista e professor universitário que previu a crise financeira mundial, considera que a Espanha é a maior ameaça à coesão da Zona do Euro, mais do que a Grécia.
Publicado 27/01/2010 15:28
"No longo prazo, não daqui a um ou dois anos, podemos ter a separação da Zona do Euro. É um risco crescente", afirmou Roubini, em entrevista à agência Bloomberg, em Davos, onde os líderes mundial vão começar a debater hoje os assuntos económicos mundiais."A Zona do Euro pode derivar no sentido de uma bifurcação, com um núcleo mais forte e uma periferia mais fraca e, eventualmente, alguns países podem sair da Zona do Euro", alertou Roubini.
As preocupações do economista contrastam com a visão do presidente do Banco Central Europeu (BCE). Jean-Claude Trichet disse em meados deste mês que é "absurdo" imaginar que as 16 economias do euro se possam separar, reagindo à especulação de que a Grécia poderia ser obrigada a abandonar a região.
Nos últimos tempos a especulação em torno do fim da Zona do Euro tal como a conhecemos hoje cresceu devido às dificuldades da Grécia em cortar o défice do país, que terá atingido 12,7% em 2009, e aos aumentos das dívidas da Espanha e da Irlanda.
Roubini considera que a Espanha é a maior ameaça à coesão da Zona Euro "porque é a quarta maior economia da região e tem uma elevada taxa de desemprego (superior a 19%, quase o dobro da média da União Europeia) e bancos mais fracos. "Se a Grécia sucumbir é um problema para a Zona do Euro, mas se a Espanha sucumbir é um desastre", frisou.
A informação é do Jornal Econômico