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Campus Party, o encontro que vai reunir de hackers e reacionários

De 25 a 31 de janeiro, na capital paulista, sentarão na mesma mesa, face a face, ativistas de uma internet aberta e defensores do modelo atual de direitos autorais. A cena pode parecer um encontro no tribunal, mas será, a bem dizer, uma cena comum, de debate saudável e intenso, no decorrer da Campus Party 2010.

Pelo menos é o que prometem Marcelo Branco, diretor geral, e Sérgio Amadeu, diretor de conteúdo, responsáveis pela organização e programação do evento, respectivamente. Em reunião com a imprensa durante a última semana, a dupla comentou que dará voz a todos os lados na área de “Campus Fórum”, incluindo nomes como Lawrence Lessig, criador da Creative Commons, e representantes das associações antipirataria APCM e Ecad — estes dois últimos grupos ainda sem nomes confirmados.

“A Campus Party não tem posição. A intenção é abrir debate. É o único lugar em que conseguimos colocar todos os lados da internet, inclusive os contraditórios. Queremos levar a todos um debate sob a ótica dos interesses públicos”, disse Branco.

Os grupos editoriais e jornais que defendem uma postura mais rígida na internet, com taxas para acessar determinados conteúdos, também devem marcar presença no evento: seus representantes formarão uma ala de discussão junto a “grupos mais abertos” que estão presentes desde o início da web, a exemplo do pessoal do software livre, segundo as palavras de Sérgio Amadeu.

Ainda de acordo com Amadeu, a discussão será acompanhada de outros temas de alta relevância social, como o uso das tecnologias de comunicação nas eleições e na educação. “Acredito que nós nos sairemos muito bem. Muitas das tecnologias usadas nas eleições vão ser observadas na Campus Party”, declarou. “Está mudando o comportamento das pessoas que estão reconstruindo a comunicação e a sociedade está percebendo isso”.

Marcelo Branco também comentou que haverá debates sobre a importância do uso da internet entre os jovens, e a necessidade dela ser aplicada na educação: “Antigamente, os mais velhos ensinavam os jovens; hoje, quanto mais jovem é o internauta, mais ele tem a mostrar”.

Em apoio, Sergio Amadeu declarou que a aplicação das redes nas escolas é algo derradeiro e tem urgência em ser discutido. “Ou a escola incorpora o modo dos jovens, ou cada vez mais as escolas vão ficar desinteressantes e atrasadas em relação aos alunos”, disse. “Entretenimento e conhecimento, no mundo das redes, ao contrário do modelo industrial, estão no mesmo espaço”.

A dupla informa que ainda estão na lista de convidados: o apresentador Marcelo Tas, o pesquisador da Nasa Marco Figueiredo, educadores, blogueiros e ativistas sociais engajados. De hackers a reacionários, não faltará ninguém.

Da Redação, com informações da Info Online