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PC dos EUA critica envio de 30 mil soldados ao Afeganistão

Na noite desta terça-feira (1 de dezembro) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o envio de mais 30 mil soldados para o Afeganistão, país ocupado pelos Estados Unidos e por forças da Otan desde outubro de 2001. Com o anúncio, Obama também revelou que pretende iniciar a retirada das tropas dentro de 18 meses.

O PC dos Estados Unidos divulgou em seguida, em seu site na internet, uma crítica à medida tomada pela administração Obama, denunciando o envio de mais 30 mil soldados como uma nova escalada no conflito, que "produzirá mais mortes e ferimentos ao povo afegão assim como aos homens e mulheres uniformizados" que deixarão suas casas nos Estados Unidos para agir no país asiático.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo Partido Comunista dos Estados Unidos:

Esta noite o presidente Obama anunciou o reforço de 30 mil soldados destinado ao Afeganistão, assim como um plano de iniciar a retirada das tropas em dezoito meses.

Enquanto o anúncio de Obama em relação à data de retirada permanece em alto contraste com o modo que a administração Bush e o Partido Republicano tratavam a questão, afirmando que se tratava de uma "guerra infinita", essa escalada de tropas significa mais guerra, conflito, morte e ferimento para o povo do Afeganistão assim como para os homens e mulheres americanos uniformizados e suas famílias que deixarão em casa. Hoje, a maioria do povo estadunidense se opõe à guerra no Afeganistão.

Essa decisão também vai contra a ênfase dada pelo presidente à diplomacia e à negociação como base da política estadunidense de relações externas. Como o presidente já observou sobre a ocupação do Iraque, "não há solução militar" para os problemas no Afeganistão.

Os custos da guerra e da ocupação do Afeganistão são grandes, tanto dentro quanto fora do país. Ao mesmo tempo que os Estados Unidos passam pela pior crise econômica em oitenta anos e está tentando reformar o sistema de saúde em benefício da vasta maioria da população, o custo massivo das atuais guerras no Iraque e no Afeganistão são um obstáculo à solução dos principais problemas domésticos.

Aproximadamente mil soldados americanos morreram no Afeganistão, e este ano foi o mais sangrento desde o início da invasão pela Otan, há oito anos. Incontáveis civis afegãos sofreram, pegos no fogo cruzado entre as tropas dos Estados Unidos, o Talibã e as miilícias corruptas.

O Partido Comunista permanece com aqueles que se opõem à escalada militar e conclama a retirada das tropas daquele país asiático. Nesta quarta-feira, nos juntaremos ao povo em todos os cantos do país, que se reunirá em praças, parques e igrejas para protestar contra a decisão do presidente e exigir por uma solução diplomática e pacífica para os problemas da região.

O Afeganistão é muito diferente do Iraque, mas os dois países tem pelo menos um fato em comum: não há solução militar.