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Folha, o jornal da “ditabranda”, oculta crimes da ditadura

O Ministério Público Federal acusa um Senador da República eleito por São Paulo e o deputado federal mais votado em São Paulo de acobertar cadáveres de militantes políticos no do regime militar (*).

Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada

O deputado federal mais votado de São Paulo, um herói de São Paulo, portanto, é suspeito – segundo a denúncia do MPF-SP – de tentar construir um crematório como os de Auschwitz para adversários políticos.

Entre este deputado federal mais votado de São Paulo e a Folha (**) havia e há uma relação carnal: “seu” Frias (***), que cedia os carros de reportagem da Folha (**) aos torturadores, era amigo íntimo do deputado.

O resultado dessa aliança escrita em pedra é que a Folha (**) ocultou a notícia da decisão histórica do MPF-SP e seus procuradores Eugênia Fávero e Marlon Weichert.

A Folha (**) ocultou em minúscula nota na pág. A13, embaixo da manchete da página “Câmara se prepara para livrar acusados”.

Se depender do PiG (****), o Brasil não reproduzirá a Argentina: punir os torturadores do regime militar.

Como se sabe, o PiG (****) pediu a intervenção militar para derrubar um presidente eleito segundo as regras da Constituição, a recebeu com vivas !, com ela conviveu e dela se beneficiou (a Globo foi quem mais se beneficiou).

O PiG (****) é cúmplice.

A Folha (**), mais do que os outros.

(Não deixe de ler Cães de Guarda – Jornalistas e Censores, do AI-5 à Constituição de 1988, de Beatriz Kushner, da Boitempo Editorial)

Em tempo: O Globo, como o jornal nacional, ocultou a notícia na página 10, abaixo da manchete “Uso de avião da FAB segue critério de costume”.

Em tempo2: amigo navegante que trabalhou na época na Folha telefona para contar que, quando prefeito, Paulo Maluf praticamente despachava da Folha. Foi na gestão de Paulo Maluf como prefeito que a Folha mais ganhou dinheiro com a exploração de uma estação rodoviária que recebeu de presente do município. Ou seja, diz o amigo navegante, a Folha e Maluf são como a corda e a caçamba.

(*) O Conversa Afiada evita a expressão “ditadura”. No Brasil, um país singular, a expressão “ditadura” foi amplamente usada para transformar dois ditadores, Geisel e Golbery, em Heróis da Pátria.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; do câncer do Fidel; da ficha falsa da Dilma; de Aécio vice de Serra; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; e que, nos anos militares, emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) “Seu Frias”, fundador da Folha, dá nome à ponte estaiada (?) que os paulistas pensam que é bonita. O autor da façanha foi o Zé Pedágio. Logo adiante, fica a Avenida Jornalista Roberto Marinho, que recebeu esse nome por decisão da prefeita Martha Suplicy. O interessante nessa homenagem a Roberto Marinho é que Paulo Maluf transformou sua construção na obra pública mais cara do Planeta, abaixo, apenas, do custo da construção dos Jardins Suspensos da Babilônia.

(****) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.