Entidades pedem anulação da Confecom-PA

O processo de construção da conferência se deu em varias etapas, foram realizados encontros regionais em quatro pólos (Altamira, Marabá, Santarém e Belém).

Buscando finalizar todo esse processo no último fim de semana (20 e 21), participantes de vários municípios paraenses eleitos nas plenárias regionais, discutiram de forma democrática varias propostas para construção de uma política de comunicação. Também foram elaboradas varias proposições para serem enviadas a Brasília, na conferência nacional, programada para o mês de dezembro.

A escolha dos representantes da sociedade civil ocorreu na noite do sábado (21), no encerramento da conferência no Parque dos Igarapés, em Belém, com a participação de aproximadamente 200 pessoas. Porém o que deveria refletir uma proposta democrática buscando resgatar o espírito da participação popular expresso nos debates acabou em uma grande confusão onde cerca de 50% dos delegados da sociedade civil presentes se retiraram do processo de votação por conta de uma posição da comissão organizadora.

Essa posição representa uma visão estreita, sectária e de exclusão onde na prática impedia que qualquer delegado e delegada montasse sua chapa caso não contemplasse 1/3 de representantes de todas as regionais, fora da região metropolitana de Belém. Vale ressaltar que tal atitude não constava no regimento eleitoral da conferência.

Feito a votação em plenário a posição da comissão organizadora sagrou-se vencedora com 118 votos a favor e 91 contra, sendo que várias pessoas que não representavam a sociedade civil, ou seja alguns representantes de empresários e governo votaram com a proposta da comissão.

Tal atitude deixou de fora varias centrais sindicais, rádios comunitárias, entidades gerais como a Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, bem como do movimento comunitário e de juventude.

Somente alguns setores foram contemplados na eleição de delegado para a conferência nacional, setores esses que tiveram padrinhos para bancar passagens área e articular delegados das diversas regionais.

Essa atitude da comissão organizadora vai contra o espírito democrático e da liberdade, enfraquece a luta pela democratização da comunicação no Pará e no Brasil favorecendo assim as grandes empresas que monopolizam a informação.

Segue abaixo a nota das entidades pedindo a anulação da conferência:
https://dev.vermelho.org.br/pa/noticia.php?id_noticia=120196&id_secao=85