Amazonino absolvido e estudantes agredidos

O TRE-AM absolveu, ontem (24), o prefeito de Manaus Amazonino Mendes e seu vice Carlos Souza por 4 votos contra 3 pedidos de cassação. Do lado de fora do tribunal, os funcionários do prefeito assumiram a condição de capangas e xingaram os estudantes que pediam a cassação de Amazonino de putas, gays, vândalos e baderneiros.

Após vários meses de espera, a corte eleitoral do Amazonas finalmente bateu o martelo sobre a cassação do prefeito e do vice de Manaus, acusados de abuso de poder ecônomico e compra de votos na eleição de 2008.

A decisão ficou à cargo da presidente do órgão, juíza Maria das Graças Figueiredo, que deu o voto de desempate na denúncia de abuso de poder, livrando Amazonino da cassação por 4 votos a 3. Na denúncia sobre compra de votos, embasada no artigo 41 da Lei 9.504/97, o resultado foi 4×2, favoráveis a absolvição do prefeito.

Sem demonstrar nenhuma surpresa com o resultado, o dirigente de um conceituado jornal de Manaus comentou: “Isso (a absolvição de Amazonino) já era esperado. Ele (Amazonino) já até convocou uma coletiva de imprensa para anunciar um programa de revitalização dos bairros. Uma vergonha”, indignou-se.

Em frente ao tribunal, dezenas de estudantes com os rostos pintados e com cartazes escritos Fora Amazonino deram exemplo de civismo e irreverência. “Fora abelinha, abelinha fora. Pega sua trochinha, a gasolina e vai embora”, cantavam eles.

Isso até o momento em que um grupo de funcionários da prefeitura se aproximaram e iniciaram uma série de agressões verbais aos jovens. Que só não foram agredidos fisicamente por conta da intervenção dos policiais militares ali presentes. Termos como putas, gays, vândalos, baderneiros e vagabundos foram dirigidos aos estudantes.

O principal alvo dos capangas era o vice AM-RR-AC-RO da UBES, Yann Evanovick, conhecido por ter liderado as gigantescas manifestações pela garantia das 120 meias passagens. No entanto, os dirigentes da UESAM e UEE-AM também não escaparam dos ataques.

O caso

Em novembro de 2008, a juíza Maria Eunice Torres do Nascimento entrou com o pedido de impugnação da candidatura de Amazonino Mendes por distribuição irregular de gasolina na véspera da eleição. As imagens, inclusive, foram exibidas durante o julgamento, ontem.

A posse de Amazonino e Carlos Souza foi possivel mediante um mandado de segurança, que até então sustentavam ambos no exercício do cargo. O julgamento do caso demorou mais do que o tempo previsto e diversos segmentos organizados da cidade não escondiam a impaciência, haja vista a possibilidade de cassação deste que tem se isentado em resolver diversos problemas sociais da cidade.

Em outros casos, como a meia passagem dos estudantes, tomou a linha de frente e não exitou em desferir o golpe que reduziu a conquista estudantil que já durava 27 anos.

De Manaus,
Anderson Bahia