Honduras: Empresários pressionam operários a votarem
A resistência antigolpista de Honduras denunciou uma campanha de setores empresariais para forçar seus trabalhadores a votar nas eleições do próximo dia 29, sob ameaça de demissão. Tais pressões foram descobertas durante uma investigação do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas (COPINH), informou uma de suas principais dirigentes, Berta Cáceres.
Publicado 12/11/2009 11:34
Ela detalhou que um amplo grupo de empresários advertiu aos operários que devem certificar sua votação nas eleições. Caso contrário, perderão seus empregos. Agregou que, para isso, devem apresentar a mancha de tinta em seus dedos, um dos passos aplicados nas mesas eleitorais às pessoas que exercem o sufrágio.
"Sob esta pressão empresarial, tenta-se impor um processo eleitoral ilegítimo que só responde aos interesses daqueles que dominaram o país por décadas", afirmou Cáceres. A dirigente indígena apresentou também a denúncia em um ato, ontem, da Frente Nacional contra o golpe de Estado na praça A Graça, próxima à sede do Congresso Nacional.
Essa ampla aliança de forças sociais e políticas decidiu no domingo passado desconhecer os resultados das eleições, ao considerá-las uma farsa para tentar legitimar o golpe de Estado do passado 28 de junho.
Por similar razão, o candidato presidencial independente, Carlos H. Reyes, retirou na última segunda-feira sua inscrição do Tribunal Supremo Eleitoral. Tanto Reyes como a Frente exigiram, para participar nas eleições, a restituição da ordem constitucional e do presidente legítimo, Manuel Zelaya, e fixaram como prazo máximo o último dia 5.
Cáceres assegurou que a Frente de Resistência Nacional se consolida nos bairros e colônias do Distrito Central. Para a dirigente indígena, a força popular não pode ser detida, pois as ferramentas da comunicação alternativa e da educação política estão se fortalecendo nestas zonas.
"Esta metodologia de formação popular aumenta a rejeição à farsa eleitoral que montam os oligarcas fascistas que financiam o regime de fato", explicou à Prensa Latina.
Fonte: Prensa Latina