PC Libanês critica Obama em relação ao Oriente Médio
Presentes ao 12.º Congresso do Partido Comunista do Brasil, os representantes do Partido Comunista Libanês participaram da abertura do evento, realizada na noite desta quinta-feira (5). Em entrevista ao Vermelho, Hassan Awali, membro do Comitê Nacional do PCL e Khaled Fayez Mahassen fizeram considerações sobre a política nacional libanesa e a ingerência do imperialismo americano no Oriente Médio.
Publicado 06/11/2009 00:52
O Líbano teve um período de fragilidade política acentuado a partir de 2007, após a agressão israelense de 2006. Em 2009, nas eleições legislativas de junho, as alianças formadas representaram dois blocos, um, apoiado pelas forças imperialistas e que estava no poder e o outro apoiado por forças oposicionistas locais e países como Irã e Síria.
Essa eleição pôs fim a um período de escalada confessional que durava mais de dez meses e cuja consequência foi a exacerbação das divisões que se seguiram à agressão israelense de Julho de 2006 e que se repercutiram em afrontamentos populares e armados generalizados. O ponto culminante foi, sem qualquer dúvida, a batalha de 7 de maio de 2008 que deu lugar ao Acordo de Doha e, a seguir, à lei sob a qual se desenrolaram as eleições de 7 de Junho de 2009.
Indagado sobre o impasse político vivido no Líbano, Khaled afirmou que isso se deve ao resultado das eleições legislativas de junho, que dividiu de forma quase equitativa no parlamento as principais forças do país. As forças apoiadas pelo imperialismo obtiveram 17 cadeiras a mais que as forças oposicionistas, o que não garante maioria a nenhum dos grupos.
"O resultado das eleições fez com que houvesse um certo equilíbrio entre um grupo e outro", prossegue Hassan. Sendo assim, ficou mais difícil negociar uma saída, já que cada grupo reivindica ser representado no governo.
"Além disso, existe a influência externa, existem Estados interessados em apoiar diferentes grupos no Líbano, principalmente os Estados Unidos,que têm interesses específicos no Oriente Médio, tem planos ferozes, tanto política quanto militarmente falando" diz Hassan.
Sobre o presidente Barack Obama, Khaled considera que não há substancial mudança no regime do país. "Não muda nada na política americana, seja Reagan, Clinton ou Bush. As diretrizes que já existiam não foram mudadas. Obama só está seguindo um roteiro diferente, ele parece um mocinho de filme, aquele que traz a pomba da paz. Mas, na verdade, ele tem um plano militar muito mais perigoso de guerra que Bush", explica
Segundo Hassan conta, "Bush não foi capaz de realizar os planos políticos e militares do imperialismo americano. Obama vem com outro discurso mas no fundo tem o mesmo conteúdo. Ele teve o apoio de vários governantes árabes e hoje tem mantido diálogo com esses governante por meio de sua secretária de Estado, Hillary Clinton, mas, na essência, esse diálogo não sofreu mudanças entre uma administração e outra", conclui.
Da redação