Afeganistão: Inquérito desqualifica vitória de Karzai

O organismo, formado por funcionários da ONU e afegãos, invalidou os votos de 210 seções eleitorais porque foram encontradas provas claras e convincentes de fraude em todo o país.

A Comissão emitiu a determinação depois de concluir na semana passada a investigação, que durou quase dois meses, em meio a supostas acusações de manipulação de voto e intimidação contra eleitores durante as eleições.

Os funcionários internacionais disseram que a Comissão determinou que o total de votos favoráveis ao presidente Karza seja reduzido a menos de 50%, o que invalidaria a vitória absoluta do canditato no primeiro turno.

O relatório foi entregue pela Comissão de Queixas à Comissão Eleitoral do Afeganistão e ordenou que uma porcentagem específica dos votos seja invalidada.

Os resultados das investigações sobre as acusações de fraude em massa podem obrigar a Comissão Eleitoral, considerada favorável a Karzai, a convocar um segundo turno.

Resultados preliminares do primeiro turno colocavam Karzai na primeira posição com mais de 54% dos votos, mas agora os funcionários da Comissão de Queixas comunicaram que Karzai não venceu por maioria absoluta a eleição.

Fontes ligadas a Karzai em Cabul afirmam que o presidente se opõe à publicação de um resultado final oficial, já que não teria obtido a tal maioria absoluta.

Ao mesmo tempo, a União Europeia exigiu a realização de um segundo turno no Afeganistão, no caso da publicação dos resultados revisados da eleição.

Já Barack Obama, presidente dos EUA, prometeu não enviar mais tropas ao Afeganistão enquanto o governo daquele país ainda tiver "credibilidade".

Um cálculo realizado por um grupo de monitoramento de eleições, "Democracy International", demonstrou que Karzai teria vencido o primeiro turno com 48,3%, ou pouco mais de 2,1 milhões de votos, após cerca de 995 mil votos terem sido invalidados por fraude.

Resultados preliminares publicados no mês de setembro mostravam Karzai vencendo as eleições com mais de 54% dos votos. Entretanto, alegações de coerção de voto e falsificação de cédulas provocaram a investigação, que impedem agora a proclamação de um vencedor das eleições.

Da redação, com informações do The Independent e Prensa Latina