Oposição egípcia forma coalizão para impedir sucessão hereditária
Vários partidos políticos da oposição no Egito criaram nesta quinta-feira (15) uma coalizão cuja bandeira "Por reformas políticas e contra a sucessão hereditária do poder" desafia as normas instituídas pelo presidente em exercício, Hosni Mubarak.
Publicado 15/10/2009 19:13
A ideia de criar um novo bloco político pertence ao advogado Ayman Nur, principal rival do atual presidente egípcio durante as eleições presidenciais de 2005 e que, pouco depois, foi encarcerado durante três anos, sob acusação de falsificar assinaturas para registrar seu partido político.
A coalizão está disposta a lutar contra a suposta intenção do presidente egípcio de promover seu filho, Gamal Mubarak, como próximo presidente do país em 2011.
O bloco opositor está integrado pelos principais grupos opositores do país, "Kifaya" (Chega!) e "Fraternidade Muçulmana", vários partidos opositores menos influentes, analistas políticos, intelectuais e cientistas.
"A campanha não é dirigida contra Gamal Mubarak em pessoa, mas sim contra o sistema político atual", sublinhou um dos líderes da nova coalizão, o analista político Hasan Nafaa, que acrescentou que o Egito "não tem outras vias para desenvolver-se, exceto com a instauração de um regime democrático".
Pela primeira vez na história, em setembro de 2005, o Egito realizou eleições presidenciais, nas quais concorreram mais de um candidato e foi aplicado o sistema de voto secreto e direto.
No pleito, o principal candidato da oposição, Nur, foi derrotado por Mubarak, que obteve pouco mais de 70% dos votos.
Até o momento Mubarak, de 81 anos e que governa o país desde 1981, não fez nenhum comentário a respeito do próximo candidato oficial do situacionista Partido Nacional Democrático para as eleições presidenciais de 2011.
Essa situação despertou rumores de que o inamovível líder egípcio deseja postular-se ao cargo pela sétima vez.
Fonte: RIA Novosti