Comemorações do 2 de Julho na Bahia com participação popular
O desfile de comemoração aos 184 anos da Independência da Bahia, nesta segunda-feira (2/7), em Salvador, primeiro depois da eleição de Wagner (PT) governador, mostrou que a celebração do 2 de Julho na Bahia continua sendo uma grande festa e mantém a
Publicado 03/07/2007 00:13 | Editado 04/03/2020 16:21
A celebração da independência da Bahia, criada por populares em 1823, tem significado para os baianos e para a nação brasileira, já que mesmo com a declaração da independência, em 1822, o Brasil ainda precisava expulsar as tropas portuguesas que persistiam em continuar em algumas províncias.
Em anos anteriores, políticos de partidos de esquerda, entre os quais o atual governador da Bahia, Jaques Wagner, Haroldo Lima e Péricles de Souza do PCdoB, o atual ministro Waldir Pires participavam do evento para comemorar a independência da Bahia e para protestar. O trecho do Hino do 2 de Julho “Nunca mais o nepotismo regerá nossas ações, com tiranos não combinam brasileiros corações” se transformou num chamado à luta de resistência à ditadura militar e, hoje, num símbolo de uma Bahia livre do domínio do grupo do senador Antonio Carlos Magalhães que governava o estado há quase 30 anos. Militantes desses partidos muitas vezes foram reprimidos pela polícia durante o desfile. Dessa vez, muitos desses políticos estavam à frente do desfile. O senador Antonio Carlos Magalhães não compareceu e seus aliados tiveram participação tímida.
No entanto, bom mesmo foi ver a participação popular e a exuberante diversidade de protestos e reivindicações durante o desfile. No sobe e desce das ladeiras do Centro Histórico de Salvador e em meio às liras vindas do Recôncavo, palco de grandes batalhas pela independência, das fanfarras do Colégio Icéia e do Duque de Caxias, com seus estudantes orgulhosos exibindo suas roupas e fazendo evoluções, muitos segmentos sociais foram levar o seu protesto. Escolas de capoeira, associações da terceira idade e outros grupos populares defendiam seus direitos e faziam apresentações durante o trajeto. Um grupo de torcedores do Esporte Clube Bahia protestava contra a diretoria e exigia eleições diretas, alguns rastafaris exigiam respeito e fim do preconceito no mercado de trabalho, outro grupo protestava contra a transposição do Rio São Francisco. Trabalhadores em greve como professores da rede estadual e funcionários públicos federais também participaram.
PCdoB participou do desfile com muito animação
Nem mesmo a chuva diminuiu a animação da ala do PCdoB/Salvador no desfile. Portando camisetas com o slogan Independência e Ousadia, militantes dançavam ao som de um grupo de samba e nem percebiam a distância percorrida num trajeto recheado de ladeiras. Um balão com a marca do partido e estandartes com a imagem de Maria Quitéria, heroína da independência, de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta anti-racista e do revolucionário Che Guevara abriam a ala, ao lado de dirigentes estaduais e municipais do partido, de parlamentares a exemplo da deputada federal Alice Portugal, das vereadoras da capital Olívia Santana e Aladilce Souza,do vereador Reginaldo Oliveira e de líderes sindicais, comunitários e estudantis. O secretário municipal de Comunicação, Emanoel Souza era um dos organizadores da ala. Em vários momentos pôde se ouvir um couro ritmado: “PCdoB vai eleger uma mulher” seguido de aplausos calorosos, numa referência à cogitação do partido de ter uma candidatura à prefeito da capital nas eleições de 2008. Nomes para concorrer ao cargo não faltam: Alice Portugal e Olívia Santana foram muito bem votadas na capital nas últimas eleições.
Militantes de diversos partidos políticos também participaram organizados em alas: PT, PMDB, PDT, PSB e PDT – que contou com a participação de Cristovam Buarque.