México: Fox será investigado por conflitos em Oaxaca

A Suprema Corte de Justiça do México vai integrar uma comissão para investigar supostas violações aos direitos individuais em Oaxaca, durante o conflito iniciado há um ano e retomado na última segunda-feira (18) por uma aliança opositora que tomou a praça

A Corte determinou em primeira instância que o ex-presidente Vicent Fox esteja entre os investigados. Foram nomeados também o governador de Oaxaca, Ulises Ruiz, do Partido de Revolução Institucional (PRI), e o atual procurador-geral Eduardo Medina, que comandava a Secretaria de Segurança Pública no segundo semestre de 2006.



O presidente da Corte, juiz Guillermo Ortiz, se pronunciou a favor de que a comissão tenha entre seus principais objetivos determinar se a omissão das autoridades federais em intervir a favor da segurança dos cidadãos “alimentou os enfrentamentos vividos em Oaxaca” desde maio de 2006.



Esse ponto se somaria, segundo os juízes, à investigação para esclarecer se as autoridades recorreram a “abusos, limitação do uso da força pública e se houve violações às garantias provocadas por particulares”.



Exigências da população



Ao mesmo tempo, milhares de professores integrantes da Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (Cente), dissidente do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE), continuaram nesta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, a exigir a renúncia de Ruiz, acusando-o de repressor e corrupto. A mesma exigência é mantida desde maio de 2006 pela opositora Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca, uma aliança de cerca de 300 organizações sociais de esquerda.



O governador assegurou, no entanto, que Oaxaca permanece em paz. “As marchas têm mais de 27 anos de história, são parte de minha vida cotidiana. O conflito do ano passado, comparado com este ano, está totalmente superado”, disse o governador.



A repressão, os enfrentamentos nas ruas e as ações de grupos armados durante o conflito do último ano, cuja realização teria sido ordenada por Ruiz, causaram pelo menos 13 mortos, segundo os números oficias. Organismos independentes registram números maiores de vítimas.



Fonte: Ansa Latina