Hamas repudia decisão de Abbas de formar novo governo
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou nesta sexta-feira (14) a constituição de um “governo de emergência”, que será liderado pelo ex-ministro das Finanças Salam Fayyad, que assume o cargo de primeiro-ministro, inform
Publicado 15/06/2007 15:35
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), do premiê eleito Ismail Haniyeh, rejeitou categoricamente a nomeação de um novo primeiro-ministro na Autoridade Nacional Palestina, informou Aiman Taha, um dos porta-vozes do movimento.
Abbas, que faz parte do al-Fatá, dissolveu na quinta-feira à noite o governo de união nacional, liderado por Haniyeh, depois que as milícias do Hamas tomaram o controle de toda a Faixa de Gaza após semanas de conflito intenso.
O presidente também declarou o estado de emergência nos territórios palestinos, e anunciou que formaria um governo de transição até a superação da crise ou a convocação de novas eleições. Abbas, rejeitou antecipar as eleições imediatamente.
Hamas repudia demissão
Haniyeh sublinha que seu governo é legítimo e descarta uma eventual cisão da Faixa de Gaza. Em entrevista que será publicada amanhã pelo jornal Le Figaro, Haniyeh repudia a afirmação do jornal de que teria havido um “golpe de Estado”, praticado pelo movimento em Gaza, e reafirma que seu governo é o legítimo, já que emana do Parlamento eleito democraticamente e, por isso, dará continuidade a seu trabalho.
“Rejeitamos a idéia de separação entre os territórios palestinos, entre Jerusalém Oriental, a Faixa de Gaza e Cisjordânia, que são indissociáveis”, acrescenta Haniyeh, após reiterar que “a separação não está na ordem do dia e nunca estará”.
Segundo Haniyeh. a ação do Hamas em Gaza é justifica-se porque “era preciso colocar fim à desordem”, diz, acrescentando que “a calma vai voltar”.
“A partir de agora, haverá um único Exército legítimo. Faremos com que reine a disciplina e a lei em Gaza. Assim será mais fácil obter a libertação do jornalista britânico Alan Johnston. Seus seqüestradores nos ouvirão mais”, afirma Haniyeh. Sobre Israel, Haniyeh quer “uma trégua recíproca, global e simultânea”.
No que diz respeito à União Européia (UE), que deu seu apoio a Abbas, diz que espera que “continue seus esforços para suspender o bloqueio” aos territórios palestinos, e que os ajude a alcançar suas legítimas aspirações de ter um Estado independente.