Jacques Wagner participa dos “10 anos sem Galdino Pataxó” na aldeia Caramuru 

O governador da Bahia, Jaques Wagner, visitará a terra indígena Caramuru Catarina Paraguassu, neste sábado (21), no Município de Pau Brasil, Sul da Bahia. Ele participará das homenagens em memória do índio Galdino Pataxó, que foi queimado vivo em abril

A presença do governador é considerada altamente significativa, por que o estado da Bahia sempre se posicionou contra a luta e os direitos do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe. Foi o governo baiano que emitiu títulos de propriedade nas terras indígenas, situação que causa até hoje conflitos na disputa pelas terras.



Essa situação gerou  uma ação de nulidades de títulos no Supremo Tribunal Federal (STF), proposta pela Funai em 1982, em favor do Povo Pataxó Há-Hã-Hãe. A ação, em que o estado da Bahia é réu, aguarda julgamento no STF há 24 anos e a indefinição contribui para acirrar o conflito entre índios e fazendeiros pela posse da terra. 



O assassinato de Galdino, que comoveu todo o Brasil e o mundo, completa 10 anos neste dia 21. Nesta data, os Pataxó Hã-Hã-Hãe vão homenagear o líder Galdino e reanimar a luta pela reconquista do seu território.



Missa e ritual do Toré



A programação prevê a celebração de uma Missa em memória do martírio de Galdino e em ação de graça pela reconquista, pelo movimento indígena, de parte do território Pataxó Hã-Hã-Hãe, que também completa 10 anos. A celebração será seguida de um ritual da memória, e uma grande caminhada dentro da aldeia, encerrando no cemitério da aldeia, com o ritual do Toré.



Durante as comemorações, também será empossado, no cargo de coordenador de assuntos indígenas da Secretaria de Justiça do Estado da Bahia, a liderança Pataxó de Coroa Vermelha, Jerry Matalawe.


  
Estarão presentes neste evento  delegações indígenas de outros povos,  entre eles os Tupinambá de Olivença e Serra do Padeiro,  Pataxó do Extremo Sul da Bahia, pastorais e movimentos da diocese de Itabuna e Ilhéus, entidades, movimentos sociais que compõem o Fórum de Luta por Terra, Trabalho e Cidadania da Região cacaueira.



Fonte: Cimi