Paraguai: Ex-bispo ganha destaque na corrida presidencial

Depois de 60 anos de modorrenta hegemonia do Partido Colorado (incluídos 35 anos da ditadura do colorado Alfredo Stroessner), o Paraguai começa a viver sua mais intensa campanha eleitoral. As eleições acontecem em abril do ano que vem, mas o país já está


Chamado de “bispo vermelho” no país, o socialista defende a revisão do Tratado de Itaipu. Acha que o Brasil paga muito pouco pela energia que o Paraguai lhe vende. E sugere um reajuste de até sete vezes mais do que o Brasil paga atualmente.



Lugo renunciou à condição eclesiástica em dezembro. A Constituição proíbe candidaturas de sacerdotes de qualquer religião. Mas o Vaticano não aceitou a renúncia, o que promete uma batalha jurídica para permitir (ou não) sua campanha.



Racha colorado
O presidente do Paraguai, o colorado Nicanor Duarte Frutos, opera incansavelmente uma campanha para emendar a Constituição e aprovar a reeleição, da qual ele seria o primeiro beneficiário.



Talvez isso tenha produzido a possibilidade do fim do império colorado. Ao querer mais um mandato, Duarte provocou profundas divisões no partido, daqueles que esperam que a fila para a Presidência ande.



Por enquanto, o principal candidato governista é justamente o vice-presidente, Luis Castiglioni, 44. Defensor de um acordo comercial com os Estados Unidos, ele também defendeu a presença de tropas norte-americanas que fizeram exercícios militares até o final do ano passado no país.



Outros nomes
Além do presidente, do bispo e do vice, o neto do ditador Stroessner, conhecido como “Goli”, também quer se candidatar por uma facção que ele lidera no Partido Colorado (há muros pintados com seu nome por toda a capital).



O último candidato, preso no momento, é o ex-general golpista Lino Oviedo, que esteve preso no Brasil. Líder de uma facção colorada, criou seu próprio partido.