Petrobras anuncia novos investimentos na Bolívia

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, a idéia é instalar uma planta com capacidade de produzir 50 milhões de litros por ano. Não se discutiu a localização do futuro empreendimento, mas é provável que ele fique na região de Santa Cruz de la Sierra, grande produtora de soja, matéria-prima do biodiesel. A intenção é fazer um investimento da Petrobras em parceria com um grupo local, privado ou estatal, que deverá alcançar entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões.

Rondeau acrescentou que voltou a ser discutida a instalação de um pólo gás-químico, pela Braskem, na região de fronteira entre os dois países. “Esse tema está sendo retomado”, garantiu. Após o Carnaval, uma comitiva da estatal irá a La Paz para reapresentar o projeto ao governo boliviano. O empreendimento é avaliado em cerca de US$ 1,4 bilhão.

Rondeau disse ainda que Brasil e Bolívia saíram das reuniões “praticamente acertados” sobre o andamento do complexo hidrelétrico do rio Madeira, que terá duas usinas (Jirau e Santo Antônio) em Rondônia. Tidas como fundamentais para assegurar o abastecimento energético brasileiro a partir de 2010, as hidrelétricas ficam perto da fronteira e estão perto de obter uma licença prévia do Ibama. Pressionado por ambientalistas e movimentos indígenas locais, o governo boliviano pediu recentemente que o licenciamento fosse feito em conjunto, pelo temor de impactos fluviais do seu lado.

“Mas são impactos ambientais aceitáveis e não podemos parar o projeto por causa disso”, afirmou o ministro, deixando claro que o assunto ficará sob responsabilidade exclusiva do Ibama. O que pode ser debatido em conjunto, no futuro, é a construção de uma hidrelétrica binacional em Guajará-Mirim, no rio Mamoré, com potencial estimado para 3.000 megawatts.