Berzoini depõe na PF e nega ligação com dossiê
O presidente licenciado do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Berzoini, voltou a negar na superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, que tenha qualquer envolvimento com o Caso do Dossiê Serra. Berzoini prestou esclarecimentos nesta terça-feira
Publicado 17/10/2006 15:36
Segundo a Polícia Federal, ele afirmou que só tomou conhecimento do caso quando houve a prisão dos envolvidos e o fato se tornou público. O presidente licenciado do PT ainda confirmou a contratação do ex-funcionário da campanha Jorge Lorenzetti para o trabalho de análise de risco, mas não sabia sobre nenhuma negociação de dossiê.
Sobre o dinheiro que seria usado na negociação, Berzoini disse à PF que desconhece a sua origem. Afirmou também ter estranhado o fato do ex-membro do comitê da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, ter falado que teria ido ao hotel, onde estavam Gedimar Passos e Valdebran Padilha, para levar material eleitoral e não o dinheiro da negociação.
De acordo com a Polícia Federal, Berzoini estranhou a versão de Hamilton Lacerda porque entregar material de campanha não era atribuição dele. Deputado reeleito pelo PT de São Paulo, ele prestou depoimento e em seguida deixou a superintendência da PF. Inicialmente seu depoimento estava marcado para a tarde, mas foi antecipado.
O ex-dirigente sindical dos bancários de São Paulo licenciou-se da presidência nacional do PT no último dia 6, ao ver seu nome envolvido, segundo acusações, na negociação de um dossiê contra políticos tucanos junto ao dono da Planam, empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, acusado de chefiar as fraudes da compra superfaturada de ambulâncias. No mês passado, ele foi afastado também da coordenação da campanha pela reeleição do presidente Lula.