Quilombolas de Cabo Frio se unem contra grilagem

 Mais de 500 quilombolas de várias regiões vão participar, na próxima quarta-feira (27), de audiência pública para discutir medidas de defesa do Quilombo da Rasa, em Armação de Búzios, no Rio de Janeiro. A terra da comunidade, com 27 hectares, fica n

A denúncia é da presidente da Associação de Moradores do Quilombo da Rasa, Carivaldina Oliveira da Costa, mais conhecida como Dona Uia. Filha de agricultores e neta de escravo beneficiado pela Lei do Ventre Livre, ela conta que o local vem perdendo terreno para grileiros e para a especulação imobiliária.



O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro, Mário Lúcio Mello, explica que os quilombos e terras para reforma agrária em Búzios e Cabo Frio (litoral fluminense) são os mais ameaçados devido à indústria do turismo.



O Quilombo da Rasa é reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e está em estudo para  regularização fundiária na superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Trezentos descendentes de escravos moram no local, que fica a 176 quilômetros da capital do estado e foi delimitado por um estudo antropológico e memorial descritivo elaborado por técnicos do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro.



A audiência será realizada às 16 horas, na Câmara Municipal de Búzios, e deverá reunir representantes dos governos federal, estadual e municipal, além de entidades internacionais e nacionais e dos próprios quilombolas.