Israel viola leis humanitárias, diz enviado da ONU
Os bombardeios israelenses ao Líbano são “uma violação das leis humanitárias”, disse neste domingo o coordenador de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland.
Publicado 23/07/2006 14:54
“É um uso excessivo de força em uma área com muitos civis”, disse.
O enviado da ONU, que chegou no sábado à região do conflito, visitou o sul da capital libanesa, Beirute, área que Israel vem bombardeando pesadamente sob alegação de que ali funcionam instalações do Hezbollah.
Ele descreveu as operações israelenses como “terríveis”. Os libaneses mortos desde que a crise começou já chegam a 368.
Egeland disse que quarteirões inteiros de Beirute foram destruídos pelos bombardeios.
O coordenador da ONU vem pedindo a Israel que abra um corredor de ajuda humanitária para que sua equipe possa ajudar as vítimas, a maioria civis, dos bombardeios.
Israel disse que pode relaxar seu bloqueio naval, e permitir que navios com suprimentos aportem em Beirute.
Mas a medida, segundo Egeland, é ineficaz. Com rodovias e pontes danificadas no Líbano, a ONU não pode sequer distribuir a ajuda que já chegou ao país.
Ataques continuarão
O ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, disse que Israel poderia aceitar uma força multinacional de segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região.
Mas ele insistiu que os ataques israelenses ao Líbano continuarão.
Peretz se reuniu com o ministro do Exterior alemão, Frank Walter Steinmeier, que voltou a pedir um cessar-fogo.
O pedido foi feito também pelo ministro francês do exterior, Philippe Douste-Blaz, que visitou a cidade israelense de Haifa.
Em Madri, o ministro da Informação sírio, Mohsen Bilal, disse que seu país entrará no conflito se uma invasão israelense do Líbano colocar em xeque sua segurança.
As declarações do ministro, feitas em visita oficial à Espanha ao diário espanhol ABC, representam uma mudança de posição da Síria.
Antes, Damasco sustentava que só entraria no conflito se Israel atacasse diretamente a Síria.
Bilal fez criticas aos Estados Unidos, denunciando que Washington não está se esforçando para promover a paz na região.