OIT: otimismo empresarial contrasta com pessimismo social
O otimismo gerado em certos setores empresariais devido ao bom desempenho da economia mundial contrasta com o ''profundo pessimismo social'' de outros, afirmou o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavía, em
Publicado 05/06/2006 08:30
O responsável da agência da ONU pediu que os mais de 3.000 participantes dessa reunião internacional "substituam as políticas de crescimento sem emprego" por outras que incentivem a criação de trabalhos de qualidade. "Os (dirigentes) políticos que participam de eleições no mundo todo sabem que esta é a maior demanda democrática que enfrentam, porque as pessoas votam para ter a oportunidade de chegar a um emprego decente", disse Somavía.
Ele disse também que, "apesar dos vários benefícios da globalização, vemos várias vezes como a dignidade do trabalho se desvaloriza e quantas pessoas estão sendo atingidas pelos ventos de mudança". A OIT tomou como um de seus lemas e objetivos principais a promoção do trabalho decente, quando seria necessária a criação de 43 milhões de empregos por ano para atender o progressivo aumento da população, e assim poder reduzir a taxa de desemprego.
Convênio
Em 2015, calcula-se que a geração de postos de trabalho deveria alcançar os 430 milhões "apenas para fazer frente ao aumento da mão-de-obra que acontecerá no mundo em desenvolvimento", onde está 80% da força de trabalho, disse Somavía. O responsável da agência da ONU destacou o acordo trilateral assinado na sexta-feira passada pelo Governo colombiano, associações patronais e sindicatos, que considerou "histórico" e que "nos dá esperanças de avançar com objetivos comuns".
Na atual conferência anual, que acontece até o próximo dia 16 de junho, os membros da OIT – representantes governamentais, sindicais e empresariais – avançam na elaboração de um convênio internacional sobre segurança no trabalho, e também fizeram do trabalho infantil outro de seus focos principais de atenção.