Bush entra em campanha contra união entre gays
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, lançou neste sábado (3) uma campanha para a proibição constitucional da união civil entre pessoas do mesmo sexo, numa tentativa de consolidar o apoio da base eleitoral conse
Publicado 03/06/2006 23:41
Bush defendeu uma emenda constitucional que defina explicitamente o casamento como uma união entre um homem e uma mulher, em seu programa de rádio semanal. Este foi considerado o primeiro passo para a provável votação da medida no Senado na próxima semana.
"Séculos de experiência nos ensinaram que o compromisso entre o marido e a mulher de se amarem e de se servirem mutuamente promove o bem-estar dos filhos e a estabilidade da sociedade", afirmou o presidente.
Bush acrescentou, depois, que o assunto exige "uma solução nacional", já que "juízes militantes" emitiram recentemente sentenças contrárias à definição tradicional do matrimônio nos Estados de Washington, Califórnia, Maryland, Nova York e Nebraska.
"É preciso uma emenda à Constituição porque os tribunais não deixam outra opção a nosso país", argumentou. "Esta questão nacional exige uma solução nacional, e num tema de profunda importância, essa solução deveria vir o povo, não dos tribunais".
As emendas constitucionais exigem o apoio de dois terços dos congressistas, seja no Senado quanto na câmara de Representantes, uma maioria que o governo Bush não possui.
Ainda assim, os estrategistas republicanos esperam que uma votação formal permita a eles apresentar o opositor Partido Democrata como favorável ao chamado casamento gay, com o que ganhariam os votos mais conservadores nas eleições de novembro.
Pesquisa do Instituto Gallup realizada em maio mostrou que 58% dos americanos acreditam que a lei não deveria reconhecer o "matrimônio entre homossexuais", contra 39% que opinam o contrário.
A pergunta sobre uma eventual emenda constitucional para consagrar o casamento como a união entre um homem e uma mulher redundou num empate técnico. A idéia teve o apoio de 50% dos entrevistados e a rejeição de 47%.