Eleitor quer Lula, porém quer para mudar

“Embora 57% dos eleitores aprovem o governo, 43% querem que o próximo presidente promova mudanças nas políticas em curso.” A afirmação é da revista Carta Capital desta semana, ao fim das oito páginas em que

A pesquisa, encomendada ao instituto pela revista, em parceria com a Rede Bandeirantes de TV, inclui dados como os do gráfico ao lado. Os números das intenções de voto já foram divulgados. Lula ganha no primeiro turno nos três cenários investigados: tem 49%, contra 23% para o candidato tucano, Geraldo Alckmin, na hipótese sem PMDB; com Anthony Garotinho no páreo, este chega a 6%, tirando 2 pontos de Lula e outros 2 de Alckmin.

 

Pesquisa com originalidades

 

Carta Capital, porém, mostra outros números, de uma sondagem que apresenta originalidades em relação a suas congêneres – como o “cruzamento por tipologia de eleitores” (eventuais, tradicionais, não eleitores e jovens eleitores).

 

O governo Lula tem a aprovação de 41% dos entrevistados (10% de “ótimo” e 31% de “bom”). Outros 25% acham o governo “regular positivo” e 13% “regular negativo”. A reprovação é de 21% (10% de “ruim” e 11% “péssimo”). Porém os dados do gráfico ajudam a qualificar a aprovação e a reprovação.

 

“A política social, mais que a economia, parece ser o carro-chefe no ranking de aprovação das políticas públicas da administração petista”, diz o texto de Marcos Coimbra. A política de apoio a famílias carentes, com o Bolsa Família, é vista como positiva por 55% e como negativa por 14%. Em segundo lugar vem a educação, com 32% a favor e 22% contra.

 

Eleitor mantém o senso crítico

 

Os números mostram que o favoritismo de Lula não decorre de falta de senso crítico do eleitorado. Uma maioria relativa, de 43%, quer que ocorram algumas mudanças no próximo governo. Apenas 23% dos eleitores, concentrados na Região Nordeste, querem que tudo permaneça. Em terceiro lugar, 17% querem mudar a maioria das coisas. Entre os aspectos criticados, destaca-se mais uma vez a segurança pública: 56% de avaliação negativa e apenas 10% de aprovação.

 

O olhar crítico não vence porém a esperança dos brasileiros. “Há um visível sentimento de otimismo soprando sobre o país, no que diz respeito à evolução econômica. Quando FHC reelegeu-se, em 1998, 30% achavam que o Brasil estava progredindo. Eles, no entanto, eram soterrados por uma maioria de 54% que julgava o Brasil parado. Embora longe do que seria ideal, Lula parte para a reeleição em melhor montadura: 45% acham que o Brasil está progredindo. Suplantam os 40% que acham que o país parou”, comenta a revista.

 

O instituto Vox Populli ouviu 2.001 eleitores entre os dias 27 e 28 de maio, residentes em 121 municípios, distribuídos por todos os Estados brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos para mais ou para menos.

 

Fonte: revista Carta Capital