Secundaristas chilenos rejeitam resposta de Michelle
Os secundaristas chilenos repudiaram, como “insatisfatória”, a resposta da presidente Michelle Bachelet às reivindicações do seu movimento e decidiram partir para uma greve nacional nesta segunda-feira — que pode te
Publicado 03/06/2006 11:19
“Faremos uma greve nacional”, anunciou a porta-voz da Assembléia Coordenadora dos Estudantes Secundaristas, María Jesús Sanhueza. Com 16 anos, ela estuda no Liceu Carmela Carvajal, em Santiago. A “paralisação social”, como já foi chamada, pretende obter a adesão de universitários, professores e trabalhadores.
“Sentimo-nos como marionetes, sentimos que não fomos ouvidos, que foi uma falta de respeito. Agora a Assembléia, em função disto, vai decidir”, disse María Jesús, criticando a ausência de propostas concretas por parte do governo.
María Jesús fez o anúncio em uma coletiva de imprensa, acompanhada por outros jovens líderes. A paralisação está convocada para segunda-FEIRA (5). Ao longo da semana, calcula-se que 800 mil secundaristas participaram dos protestos em todo o país, que tem 16 milhões de habitantes. A jornada dos secundaristas é considerada o maior movimento estudantil no Chile desde o golpe de 1973, que instalou a ditadura do general Pinochet.
“Estamos convocando uma manifestação pacífica”, especificou a porta-voz, aludindo à violência policial que provocou mais de 800 prisões e dezenas de feridos ao longo da semana, provocando na quarta-feira a queda do comandante do corpo de carabineiros de Santiago.
O ministro saiu da reunião com os líderes secundaristas com uma mensagem de contemporização: “É preciso dar tempo ao tempo”, declarou, e reiterou que o governo deseja prosseguir as conversações.
O movimento dos “pinguins” (como são chamados os secundaristas chilenos das escolas públicas, devido a seus uniformes azul-escuros e brancos) reivindica uma reforma educacional, a superação da brecha social entre alunos das escolas públicas e privadas, matrícula gratuita para o exame vestibular e passe escolar, entre outras demandas.
Desde terça-feira passada, a “Revolução dos Pinguins”, como já foi chamada, centraliza as atenções no Chile. “Secundaristas, a luta de vocês é nossa”, proclamava ontem um enorme cartaz na entrada da Casa Central da Universidade do Chile, na estratégica Avenida Alameda, centro de Santiago.
Na Universidade Católica e outras nove, os universitários paralisaram as aulas em solidariedade aos secundaristas. “Vamos nos somar ao protesto se efetivamente não se chega a uma solução”, disse um dos líderes estudantis da Universidade do Chile, Nicolás Grau, cuja mãe, Paulina Veloso, faz parte do ministério do governo Michele Bachelet.
Com agências