Bancos reagem e pedem juro maior de aposentados

Instituições dizem que limite em 2,9% ao mês das taxas cobradas de aposentados não cobre custos da operação

Depois da proibição da cobrança de juros acima de 2,9% ao mês para empréstimos com desconto em folha de aposentados e pensionistas, fixada ontem na Instrução Normativa 6 do Ministério da Previdência Social, os bancos ameaçam cortar financiamentos abaixo de R$ 1 mil, alegando que a nova taxa não cobre nem os custos da operação. A medida, que já está sendo chamada de “tabelamento” no mercado financeiro, vai afetar, dizem os banqueiros, principalmente os bancos de menor porte, que não dispõem de rede própria de agências.

 

Roberto Rigotto, diretor da área de crédito consignado do Banco Panamericano, observa que dois terços dos aposentados e pensionistas brasileiros não têm conta em banco, o que obriga os pequenos bancos a trabalharem em parceria com os “bancões” para efetuar os pagamentos. “O tabelamento vai criar dificuldades para alguns bancos, que podem até sair do negócio”, reclama o ex-vice-presidente do BMG, um dos precursores dessa modalidade de crédito no país. O Banco Panamericano, que está entre os cinco maiores bancos na oferta do desconto em folha e já praticava taxa de 2,95% ao mês, próxima ao teto de 2,90%, pretende manter o mesmo volume de crédito oferecido antes da publicação da medida.

 

 

Com agências